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Líderes europeus discutem estratégias para frear migração

24 de setembro de 2016

Representantes de países da rota dos Bálcãs, além de Merkel e seu homólogo austríaco, defendem acordos nos moldes do UE-Turquia para conter fluxo migratório. Chanceler federal alemã destaca responsabilidade humanitária.

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Cúpula migratória em Viena
Foto: picture-alliance/dpa/C.Bruna

Líderes de 11 países europeus reunidos em Viena neste sábado (24/09) para analisar a crise migratória no continente discutiram o reforço das fronteiras externas da União Europeia e destacaram a necessidade de fazer novos acordos com os países de origem dos refugiados.

Os países da chamada rota dos Bálcãs, que foi utilizada por milhões de migrantes para chegar ao continente, concordaram em buscar meios mais práticos para prevenir outro fluxo migratório de grandes proporções como o do ano passado, que gerou divisões profundas no bloco das 28 nações.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, disse que será necessário "confirmar politicamente e na prática, que a rota da migração ilegal nos Bálcãs seja fechada de vez". Ele pediu "estreita colaboração" entre todos os países da UE e reiterou que a proteção das fronteiras é um elemento fundamental para enfrentar a crise dos refugiados.

O chanceler federal austríaco, Christian Kern, destacou que, apesar do fechamento da chamada rota dos Bálcãs, em fevereiro, cerca de 50 mil pessoas chegaram à Alemanha e outras 18 mil à Áustria desde então.

"É um número que mostra que o fechamento da rota está funcionando, mas não em um nível que permita dizer que o problema está resolvido", alertou Kern após o término da reunião.

Angela Merkel e Christian Kern
Kern e Merkel discutiram questões migratórias com países da chamada rota dos BálcãsFoto: picture-alliance/dpa/C.Bruna

A Áustria e seus vizinhos dos Bálcãs geraram atritos com o governo da Grécia, ao introduzir bloqueios em suas fronteiras, impedindo a passagem de migrantes e deixando milhares retidos no território grego. O fechamento das fronteiras também minou apelos do governo alemão para que os países do bloco europeu agissem de maneira unificada.

O acordo migratório firmado entre a UE e a Turquia em março aliviou as tensões entre Grécia e Alemanha ao desacelerar o fluxo de migrantes às ilhas gregas. Um dos principais objetivos definidos na reunião deste sábado foi o de implementar completamente o acordo, afirmou Kern, mencionando o impasse envolvendo o fim da exigência de vistos para cidadãos turcos que viajarem para a UE.

Os participantes do encontro destacaram ser necessário fechar acordos nos moldes do tratado assinado com a Turquia com países como Níger e Egito, além de Paquistão e Afeganistão. Tais pactos permitiriam deportar um número maior de migrantes retidos na Grécia, onde milhares vivem em campos de refugiados superlotados.  

Merkel: "Conter a migração ilegal na medida do possível"

A iniciativa também foi defendida pela chanceler federal alemã, Angela Merkel. "É necessário fechar acordos com países terceiros, especialmente na África, mas também com o Paquistão e Afeganistão [...] para que fique logo claro que aqueles que não têm o direito de permanecer na Europa do ponto de vista humanitário serão devolvidos a seus países de origem", afirmou, após a reunião.
Merkel ressaltou que o continente deve "conter a migração ilegal na medida do possível", ao mesmo tempo em que exerce suas responsabilidades humanitárias. Além disso, ela afirmou que participação dos países da UE no esquema de realocação de refugiados tem sido demasiadamente lenta, e ressaltou que isso poderá "elevar a pressão" na fronteira entre a Grécia e a Bulgária.

"O tema da redistribuição foi discutido, mas estou convencido de que faremos progressos, uma vez que as outras duas questões sejam resolvidas", disse o chanceler Kern, se referindo ao reforço das fronteiras e a estruturas de apoio nos países de origem dos refugiados. Segundo ele, o reforço de pessoal para a Frontex, a agência europeia de fronteiras, foi outra meta definida no encontro.

Além de Tusk, Merkel e Kern, a reunião contou com a participação de líderes da Grécia, Hungria, Macedônia, Sérvia, Albânia, Croácia, Eslovênia, Bulgária e Romênia. 

RC/rtr/afp/dpa