Mídia opina: "golpe de mestre" de Schröder
23 de maio de 2005"A reação de pânico em Berlim mostra como a derrota atingiu profundamente o governo. Ela vai paralisar a Alemanha, que é a terceira maior economia do mundo, até que Schröder possa ganhar um novo mandato para seu programa impopular de reformas. Tomando as eleições de ontem como base, nada parece favorável a ele. Seu mandato vai derreter até lá. A atmosfera na Alemanha tornou-se definitivamente avessa ao chanceler."
The Times
"A Alemanha pode escolher. Pode julgar o que valeram os sete anos de governo social-democrata-verde. Se foi correto levar à frente a maior reforma social desde o pós-guerra no país que acabava de ser reunificado. Se os outros, democrata-cristãos e liberais, teriam sido melhores. A Alemanha, colocada contra a parede, deve se decidir se quer continuar no caminho atual ou se quer tentar outro. Os alemães devem definir seu próprio futuro. Um plebiscito sobre as afrontas. Há coisas piores que isso."
Der Tagesspiegel
"As chances de Schröder frente a um novo mandato são parcas. Ainda é cedo para descartá-lo de vez, mas tudo indica que um governo de centro-direita espera a Alemanha, primeiramente liderado por uma chanceler federal, a presidente da CDU, Angela Merkel."
The Guardian
"A mensagem real deste passo dramático é assumir a derrota. Schröder e seu governo perderam as esperanças de que a política em prol do empresariado dos últimos três anos pudesse fazer a economia alemã crescer. Quando o chanceler anunciou a Agenda 2010, ele calculou que a conjuntura iria voltar a se aquecer após uma curta pausa. Um crescimento econômico sólido e uma conseqüente queda do desemprego iria garantir sua reeleição em 2006. No entanto, ao invés disso, a economia alemã oscila entre a recessão e a estagnação."
Financial Times
"Para Schröder, a derrota nas eleições na Renânia e na região do Ruhr significam uma queda fatal. A coalizão social-democrata-verde no Bundesrat encontra-se agora sem poder e é difícil imaginar que este governo ainda vai ser capaz de levar mais reformas adiante."
Neue Zürcher Zeitung
"Os democrata-cristãos estão na moda. Embora isso não se deva tanto às virtudes destes, mas antes a uma coalizão de governo social-democrata-verde enferma no Estado da Renânia do Norte-Vestfália. O eleitorado virou as costas à social-democracia, mas não para se lançar aos braços dos democrata-cristãos."
Frankfurter Rundschau
"O chanceler federal Gerhard Schröder encontra-se em declínio. O resultado das eleições na Renânia do Norte-Vesfália era previsível, mas nem por isso menos destrutivo. As chances de Schröder de uma terceira vitória foram reduzidas ao mínimo. Angela Merkel encontra-se em ascensão e pode nutrir novas esperanças."
El País
"Isso não é uma derrota, mas um desmoronamento. Não é um golpe duro, mas um terremoto. Não é um crespúsculo, mas trevas profundas de uma perspectiva de poder, de uma idéia política, talvez até de um governo e de um chanceler. Toda máscara e toda imagem ruiu por terra. Também os Verdes, que até agora, de alguma forma, cobriram os fracassos do SPD, foram arrastados pelo tsunami de Düsseldorf ."
Corriere della Sera
"Mesmo considerando que os eleitores tiveram a impressão de estar escolhendo entre a peste e a cólera, o anúncio de eleições antecipadas no segundo semestre deste ano foi um golpe de mestre e último e único triunfo de Schröder para preservar a política social-democrata-verde."
Süddeutsche Zeitung