Maioria considera justa a soltura de Lula, mostra Datafolha
10 de dezembro de 2019Uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (09/12) sugere que a maioria da população brasileira considera justa a libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em novembro após ele cumprir um ano e sete meses de prisão.
Entre os entrevistados no levantamento publicado no jornal Folha de S. Paulo, 54% consideram que foi justa a soltura de Lula, contra 42% que a avaliam como injusta. Outros 5% não opinaram.
O ex-presidente foi solto depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubar prisão após condenação em segunda instância, excluindo a possibilidade de um condenado começar a cumprir pena antes de esgotados todos os recursos da defesa. Ele havia sido preso em 7 de abril de 2018 pelo caso do tríplex no Guarujá, no âmbito da Operação Lava Jato.
O apoio a Lula é maior entre os jovens de 16 a 24 anos com nível de escolaridade de nível fundamental: entre esse público, 61% consideram justa a libertação do petista. Já entre os que têm renda salarial de mais de dez salários mínimos, 59% reprovam a soltura.
A principal base de apoio do ex-presidente está na região Nordeste (71%) e entre os mais pobres (63%). Entre os eleitores do presidente Jair Bolsonaro, 29% consideram justa a soltura e 66%, injusta.
O Datafolha avaliou ainda o grau de confiança das pessoas nas declarações de Lula: 25% disseram que sempre confiam, 36% responderam que somente às vezes, 37% nunca confiam e 2% disseram não saber.
O instituto comparou com o nível de confiança nas declarações de Bolsonaro, que apresentou resultados mais desfavoráveis: 43% disseram jamais confiar no presidente, enquanto 37% afirmam que às vezes confiam. Os que confiam sempre somam 19%.
A pesquisa entrevistou 2.948 pessoas em 176 cidades nos dias 5 e 6 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Segundo o Datafolha, o nível de confiança do levantamento é de 95%.
Além do caso do tríplex no Guarujá, Lula foi condenado em segunda instância por outra acusação, de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do sítio de Atibaia.
Na semana passada, o petista foi inocentado no processo do chamado "quadrilhão do PT" , juntamente com a ex-presidente Dilma Rousseff, os ex-ministros Antonio Palocci e Guido Mantega e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
RC/ots
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