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Mais de 200 migrantes morreram no Mediterrâneo em três dias

3 de julho de 2018

Partindo da Líbia, vítimas tentavam chegar à Europa em embarcações irregulares, informa a Organização Internacional de Migração. No primeiro semestre de 2018, mais de 1.400 refugiados morreram em naufrágios similares.

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Migrantes são resgatados após naufrágio
Migrantes são resgatados após naufrágio na costa da Líbia neste fim de semanaFoto: picture-alliance/dpa/O.Calvo

Em apenas três dias, mais de 200 migrantes morreram afogados em naufrágios no Mar Mediterrâneo enquanto tentavam chegar à Europa. Em todo o primeiro semestre de 2018, foram mais de 1.400 mortes, informou a Organização Internacional de Migração (OIM) nesta terça-feira (03/07).

No último domingo, um bote inflável virou no litoral da cidade líbia de Al-Khums, ao leste de Trípoli, matando ao menos cem pessoas, segundo a Guarda Costeira da Líbia. Outros 41 migrantes foram resgatados com vida, informou a OIM em comunicado.

Dois dias antes, na sexta-feira, mais de cem refugiados, entre eles três bebês, morreram num naufrágio semelhante, também envolvendo uma embarcação irregular provavelmente organizada por traficantes de pessoas. Com isso, são mais de 200 mortos em três dias.

Sobre o saldo de afogamentos em 2018, a OIM informou que o número – 1.405 pessoas até 1º de julho – é 40% maior do que se acreditava anteriormente. Isso não se deve a novas tragédias, mas ao tempo que se levou para verificar a cifra exata de migrantes desaparecidos em três naufrágios ocorridos entre 19 e 20 de junho, explicou o órgão das Nações Unidas.

"Há um aumento alarmante no número de mortes no mar ao longo da costa da Líbia", alertou Othman Belbeisi, chefe da missão da ONU no país. "Traficantes estão explorando o desespero de migrantes para fugirem antes que haja mais repressões da Europa em travessias no Mediterrâneo."

O fluxo de migrantes em direção a terras europeias vem diminuindo desde seu ápice em 2015, apesar do número de mortes ainda ser preocupante. Em junho deste ano, estima-se que cerca de 7 mil pessoas deixaram a Líbia e arriscaram suas vidas na travessia marítima. No mesmo mês em 2017, foram 25 mil.

Uma outra rota relevante, que vai da Turquia à Grécia e foi usada por mais de um milhão de pessoas em 2015, foi praticamente fechada há cerca de dois anos.

Leonard Doyle, porta-voz da OIM, afirmou que o aumento das travessias ilegais nos últimos dias se deve a diversos fatores, incluindo clima e o fim do mês sagrado do Ramadã, celebrado por muçulmanos.

"Mas há também um reconhecimento, acredito que em todo o mundo, de que a União Europeia está começando a gerenciar melhor o processo [de chegada de refugiados], então eles estão tentando lucrar enquanto podem. Contrabandistas sempre colocam o lucro antes da segurança", disse.

Ainda que tenha caído drasticamente nos último anos, o fluxo migratório continua a dar combustível a populistas de direita na Europa, que ganham terreno do establishment político.

Nos últimos dias, líderes da União Europeia negociaram políticas para lidar com a chegada de refugiados ao bloco, incluindo medidas que podem endurecer o recebimento de migrantes de países da África e do Oriente Médio.

EK/dpa/efe/rtr/ots

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