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Mais soldados alemães para Afeganistão

ef27 de agosto de 2003

Alemanha está decidida a ampliar sua força de paz no Afeganistão. Conselho de Segurança aprova envio de no mínimo 250 soldados a Cunduz, para proteger pessoal que trabalha na reconstrução da região.

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Chefe de governo, Schröder, anuncia decisão do Conselho de SegurançaFoto: AP

A decisão tomada pelo Conselho de Segurança, sob a presidência do chanceler federal, Gerhard Schröder, deverá ser aprovada na próxima semana pelo gabinete social-democrata e verde. Sua aprovação pelo Parlamento (Bundestag) também parece garantida, pois, em princípio, a oposição conservadora não se opõe à ampliação da ação das Forças Armadas alemãs (Bundeswehr) no Afeganistão, embora ainda tenha dúvidas.

A oposição no Bundestag quer saber por que enviar soldados exatamente para Cunduz. "Não tem sentido porque já existe segurança lá", argumentou o porta-voz da União Democrata Cristã (CDU) para questões de segurança, Friedbert Pflüger. As ONGs que atuam na cidade no norte do Afeganistão teriam dito, segundo o deputado, que não se misturassem o seu trabalho civil com o dos militares e que soldados contribuiriam com mais problemas do que como solução de problemas.

Mesmo na coalizão de governo existem críticos, entre eles o deputado esquerdista do Partido Verde, Hans-Christian Ströbele. "Estou muito cético sobre se faz sentido mandar um novo contingente alemão ao Afeganistão, se as condições de segurança estão piorando constantemente." Ströbele e outros correligionários exigem que a nova ação da Bundeswehr tenha, impreterivelmente, um novo mandato da ONU. O atual para a ação da ISAF – seja o da ONU ou o do Parlamento alemão – é limitado para Cabul.

Nada de comando americano

– O ministro da Defesa, Peter Struck, esclareceu que um novo mandato da ONU é desejável, mas não obrigatório. Todos os partidos alemães consideram que a pior opção para seus soldados seria atuar em Cunduz com um mandato ampliado para a missão de combate ao terrorismo "Paz Duradoura". Isto significaria a Bundeswehr sob comando americano, e os alemães ficariam mais expostos a perigos de ataques. Mas, em caso de ameaça, soldados alemães na ação da ISAF também podem ser exigidos a apoiar os americanos.

O Partido Liberal (FDP), de oposição, acusou o governo de histeria. Com o plano Cunduz, o gabinete de Schröder estaria querendo evitar que o governo do presidente George W. Bush exija um engajamento militar da Alemanha no Iraque, segundo o porta-voz de política externa dos liberais, Werner Hoyer. O governo alemão criou a maior crise nas relações teuto-americanas do pós-guerra se opondo à guerra no Iraque, e agora rejeita participação militar no país.

A decisão do Conselho de Segurança baseou-se no relatório de uma equipe de sondagem, sob a chefia do general Friedrich Riechmann, que examinou in loco, na semana passada, as possibilidades para envio de um contingente alemão a Cunduz. Ela prevê que alemães substituirão a equipe americana de reconstrução que se encontra na cidade.

Luta antiterror & ação de paz

- Sob o impacto dos atentados de 11 de setembro de 2001, a Alemanha se prontificou a enviar até 3900 soldados à luta contra o terrorismo. Mais de 720 encontram-se em ação no momento, dos quais 100 no Afeganistão.

Na força multilateral de proteção (ISAF), a Alemanha já teve 2.300 soldados, mantém no momento dois mil e num futuro próximo reduzirá essa tropa para 1.500 homens. A International Security Force (ISAF) foi enviada a Cabul, mediante mandato da ONU, para apoiar o governo interino afegão, garantir os direitos humanos, restabelecer a segurança interna, fornecer ajuda humanitária e garantir o retorno dos refugiados.