Manafort é condenado a quase 4 anos de prisão
8 de março de 2019Paul Manafort, ex-chefe de campanha do agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi condenado nesta quinta-feira (07/03) a três anos e 11 meses de prisão pelos oito crimes de fraude fiscal e bancária dos quais foi declarado culpado em agosto do ano passado.
Manafort, de 69 anos, recebeu uma sentença muito inferior à recomendada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que pedira uma pena entre 19 e 24 anos de prisão para o ex-lobista. O juiz T.S. Ellis, no entanto, considerou o pedido excessivo, o que criaria uma "disparidade injustificável” em relação a outros casos.
A condenação contra Manafort não tem relação com as atividades que desempenhou como chefe da campanha de Trump, embora a acusação seja produto da investigação sobre a ingerência russa, que é conduzida pelo promotor especial Robert Mueller. O empresário dirigiu a campanha eleitoral do republicano por cinco meses, além de ter continuado como assessor de Trump durante o período de transição presidencial.
Manafort havia sido acusado de 18 crimes por Mueller. Nem todas as denúncias eram diretamente relacionadas à campanha republicana. Grande parte delas era anterior a esse período. Algumas correspondem a trabalhos exercidos por Manafort a políticos pró-Rússia na Ucrânia entre 2004 e 2014, incluindo o então presidente ucraniano Viktor Yanukovytch, deposto em 2014.
Os procuradores acusaram Manafort de sonegar 16 milhões de dólares em impostos referentes a pagamentos que recebeu por consultorias prestadas a políticos pró-Rússia na Ucrânia e mentir para bancos para conseguir 20 milhões de dólares em empréstimos quando seus rendimentos no país do leste europeu secaram.
No julgamento em agosto, o júri considerou Manafort culpado em cinco acusações de sonegação fiscal e três de fraude bancária, uma por não informar contas bancárias no exterior em 2012 e duas por mentir para obter empréstimos.
Manafort ainda tem pendente outro processo, esse sim vinculado à investigação sobre a suposta ingerência da Rússia nas eleições presidenciais, por ter mentido aos promotores após fechar um acordo de delação premiada para receber uma pena reduzida.
O FBI investigava Manafort pelo menos desde 2014. Em julho de 2017, agentes da polícia federal fizeram buscas em sua casa, onde apreenderam documentos e outros materiais. A ação fez parte das investigações sobre a interferência russa nas eleições.
O julgamento em Virginia foi o primeiro dos dois em que Manafort é réu. No Distrito de Columbia, ele é acusado de conspiração contra os Estados Unidos, lavagem de dinheiro, falso testemunho e atuar como agente estrangeiro não registrado em favor de interesses na Ucrânia.
CN/efe/ap/rtr/afp
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