Membros da OEA defendem referendo revogatório na Venezuela
12 de agosto de 2016Em documento divulgado nesta quinta-feira (11/08), 15 países membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), entre eles o Brasil, Estados Unidos e México, pediram que a Venezuela não demore para realizar o referendo revogatório sobre o mandado do presidente Nicolás Maduro, pedido pela oposição.
"Instamos as autoridades venezuelanas a garantir o exercício dos direitos constitucionais do povo venezuelano e que os restantes passos para a realização do referendo revogatório presidencial prossigam de maneira clara, concreta e sem demora e, assim, contribuindo para a resolução rápida e eficaz das atuais dificuldades políticas, econômicas e sociais do país", afirma o documento.
Os países também afirmaram que apoiam o diálogo político na Venezuela entre o governo e a oposição.
Desde abril, a oposição tenta convocar um referendo popular que revogue o mandato de Nicolás Maduro. No início deste mês, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou o cumprimento da primeira fase do processo, mas solicitou uma investigação sobre as irregularidades cometidas ao longo da etapa.
A CNE ainda não comunicou as datas da fase seguinte, em que 4 milhões de assinaturas devem ser recolhidas em apenas três dias e depois validadas para que o referendo seja finalmente convocado.
Para destituir Maduro, o 'sim' no referendo terá de ultrapassar a votação obtida na eleição presidencial de 2013, quando o dirigente foi eleito com 7,5 milhões de votos.
A oposição culpa Maduro pela crise econômica no país, que enfrenta escassez de alimentos, inflação galopante e aumento da violência. A Venezuela, que tem as maiores reservas de petróleo do mundo, sentiu o impacto da queda dos preços do produto.
Eleito em 2013 para um mandato até 2019, o chefe de Estado venezuelano enfrenta, desde as eleições legislativas de dezembro de 2015, um parlamento controlado pela MUD, uma coligação de centro-direita.
CN/lusa/dpa