Membros da OEA mantêm reunião sobre Venezuela
4 de abril de 2017Depois de a Bolívia cancelar a sessão extraordinária convocada para discutir a crise na Venezuela, 21 países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA) ignoraram a suspensão e mantiveram nesta segunda-feira (03/04) a pauta da reunião.
O encontro aprovou ainda por maioria uma declaração que afirma que a Venezuela enfrenta uma grave alteração inconstitucional da ordem democrática e exige que o presidente Nicólas Maduro restaure a autoridade da Assembleia Nacional.
Dos 21 países presentes, apenas a República Dominicana, Bahamas, Belize e El Salvador se abstiveram. Todos os outros membros presentes da OEA na reunião aprovaram o documento. O texto foi apresentado em conjunto pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Estados Unidos, México, Panamá, Paraguai e Peru.
A resolução, o texto mais duro aprovado na OEA contra Maduro, incorpora a possibilidade de empreender "gestões diplomáticas adicionais para fomentar a normalização da institucionalidade democrática", "incluindo a convocação de uma reunião em nível ministerial".
Além disso, o texto indica que, "apesar da recente revisão de alguns elementos dessas sentenças (do Supremo sobre a Assembleia Nacional), é essencial que o governo da Venezuela garanta a plena restauração da ordem democrática".
A Bolívia, Venezuela e Nicarágua deixaram a sala no início da reunião, argumentando que a sessão era ilegal e ia contra a decisão do governo boliviano, que assumiu há dois dias a presidência rotativa do Conselho Permanente da OEA.
Poucas horas antes da sessão, a Bolívia suspendeu o encontro, alegando não recebido as informações necessárias para presidir a reunião. O país é aliado de Maduro.
Após a sessão, o presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou "um golpe institucional" na OEA para impedir que seu país exerça a presidência rotativa do Conselho Permanente desse organismo.
"De novo a OEA foi transformada em Ministério de Colônias. Acontece um golpe institucional quando se impede o exercício da presidência da Bolívia", escreveu Morales no Twitter.
CN/efe/dpa