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Merkel deixa em aberto se concorrerá à reeleição em 2017

28 de agosto de 2016

Em entrevista a emissora alemã, chanceler federal defende política migratória e diz que comunicará decisão sobre candidatura no "momento adequado". Pesquisa mostra que metade dos alemães não quer novo mandato de Merkel.

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Angela Merkel em entrevista à televisão ARD neste domingo
Angela Merkel em entrevista à televisão ARD neste domingoFoto: picture-alliance/dpa/R. Jensen

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, em entrevista à emissora pública ARD exibida neste domingo (28/08), evitou dizer se concorrerá nas próximas eleições federais, previstas para 2017.

Merkel disse que comunicará no "momento adequado" sua decisão de buscar ou não o quarto mandato consecutivo, o que também afeta seu mandato como presidente da União Democrata Cristã (CDU).

Segundo a revista alemã Der Spiegel, em artigo publicado neste sábado, a chanceler atrasou o anúncio de sua candidatura, previsto para o início deste ano, por conta da crise de refugiados e de problemas internos em sua coligação governamental.

A revista afirma que Merkel espera uma posição de Horst Seehofer, líder da União Social Cristã (CSU), aliada da CDU, sobre o apoio de seu partido à líder conservadora nas próximas eleições.

Sendo a resposta negativa, seria uma decisão inédita que poderá representar uma ruptura histórica entre as duas grandes forças – o que, para Merkel, seria prejudicial para ambas as partes em termos políticos e eleitorais, por isso ela aguarda uma definição de Seehofer, afirma a revista alemã.

Metade dos alemães é contra reeleição

A entrevista à ARD aconteceu no mesmo dia em que uma pesquisa, publicada pelo jornal Bild am Sonntag, mostrou que metade dos alemães prefere que Merkel não se apresente à reeleição.

Segundo a enquete, a chanceler alemã tem apoio de 42% dos entrevistados, contra os 50% que se manifestaram contra um novo mandato dela como chefe de governo – sua política migratória tem sido alvo de duras críticas entre cidadãos e políticos alemães, incluindo seus próprios aliados.

Os números são mais favoráveis a Merkel quando questionados apenas os eleitores do bloco conservador, que integra a força partidária da chanceler. A taxa de apoio, nesse caso, fica em 70%, enquanto 22% se mostraram contra sua possível candidatura.

Política para refugiados

Na entrevista à ARD, Merkel ainda rechaçou as recentes críticas do vice-chanceler federal, Sigmar Gabriel, sobre sua política para os refugiados. Gabriel afirmou que a chefe de governo subestimou os desafios impostos pela integração de um grande número de refugiados e migrantes.

"Nós sempre dissemos que é impensável nós, na Alemanha, acolhermos mais 1 milhão de pessoas a cada ano", declarou à TV ZDF. "Não basta eles dizerem o tempo todo 'Nós vamos conseguir', mas sim precisam criar as condições para que consigamos mesmo. E isso, a CDU/CSU bloqueou o tempo todo."

Merkel, na televisão, voltou a defender as atitudes de seu governo diante da crise migratória. Ela também criticou os países europeus que se negam a abrigar refugiados. "O que não funciona é que algumas nações dizem que não querem muçulmanos em seus países", destacou a chanceler.

Ela ainda se disse esperançosa de que os membros da União Europeia cheguem a um acordo sobre questões pendentes relacionadas à crise de refugiados – uma delas seria como distribuir de forma justa os requerentes de asilo entre os 28 países do bloco. "Todo mundo tem que fazer sua parte", disse.

EK/ap/dpa/efe/lusa/rtr