Merkel e Macron lembram fim da Primeira Guerra Mundial
10 de novembro de 2018O presidente da França, Emmanuel Macron, e a chanceler federal alemã, Angela Merkel, protagonizaram neste sábado (10/11) um encontro histórico em Compiègne, ao norte de Paris, no mesmo lugar onde, cem anos atrás, a Alemanha e as potências aliadas assinaram o armistício que encerrou a Primeira Guerra Mundial.
Esta é a primeira vez que os líderes máximos dos dois países visitam juntos o local que serviu de cenário também, duas décadas depois, para a capitulação da França ocupada diante da Alemanha nazista de Adolf Hitler.
No memorial, localizado na chamada clareira de Rhetondes, existe desde os anos 1920 uma grande placa de granito com as inscrições, em francês: "Aqui, em 11 de novembro de 1918, sucumbiu o orgulho criminoso do Império Alemão, derrotado pelos povos livres que ele pretendia escravizar".
Os dois líderes inauguraram duas novas placas comemorativas no memorial, com textos em alemão e francês destacando a importância da reconciliação franco-alemã para a Europa e para a paz, cem anos depois do fim da Primeira Guerra Mundial.
Após serem recebidos pela Brigada Franco-Alemã, criada em 1989, Macron e Merkel fizeram um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra e se dirigiram ao Vagão do Armistício, uma cópia do vagão-restaurante reformado onde as delegações aliada e alemã assinaram o cessar-fogo, em 11 de novembro de 1918. No interior do veículo, eles assinaram o livro de ouro do memorial.
Assessores do presidente francês disseram que a visita conjunta dos dois líderes tem um grande caráter simbólico, pois, depois dela, Compiègne deve deixar de ser visto como um local de revanche e passar a ser o local da reconciliação definitiva entre Alemanha e França.
Após a cerimônia, Merkel e Macron conversaram com vários jovens que participavam do evento, a quem o presidente francês lembrou que as mais de sete décadas de paz na Europa só foram possíveis pelos esforços dos países do continente, especialmente França e Alemanha.
"A mensagem é que, se queremos estar à altura daqueles jovens que morreram, não devemos ceder às tentações da divisão e enfrentar os desafios do mundo contemporâneo juntos e não uns contra os outros", acrescentou.
Uma cerimônia agendada para este domingo no Arco do Triunfo em Paris, com a participação de 72 chefes de Estado e de governo, marca o ponto culminante das celebrações do centenário do fim de um conflito que causou a morte de quase 9 milhões de soldados e mais de 6 milhões de civis.
MD/efe/dpa
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