Em entrevista à DW, Angela Merkel fez um balanço dos seus 16 anos como chanceler federal da Alemanha e falou sobre alguns dos seus momentos mais difíceis. Ela afirmou que os dois eventos que mais a desafiaram durante seu mandato foram o grande número de refugiados que chegava à Alemanha, que ela disse não gostar de chamar de "crise", e, ainda, a pandemia de coronavírus.
"Estes são talvez os eventos em que simplesmente vimos como as pessoas são diretamente afetadas e que temos que lidar com os destinos humanos. Então, para mim, esses foram os maiores desafios", frisou.
Merkel foi considerada a "chanceler federal do clima" durante seu primeiro mandato, mas críticos dizem que ela fez muito pouco para reverter a crise global.
"Em sempre fiz algo [contra as mudanças climáticas]. Tenho apenas que reconhecer que as avaliações científicas eram piores. E elas eram ainda piores em relação ao relatório anterior. E então eu digo aos jovens: vocês têm que fazer pressão e precisamos ser mais rápidos", afirmou a chanceler federal.
Agora, Merkel busca uma transição suave para seu provável sucessor, o atual ministro das Finanças, Olaf Scholz, que esteve com Merkel em todos os encontros do G20, em Roma.
"Foi um gesto importante ter Olaf Scholz em todas as reuniões bilaterais e poder assim dizer: 'Aqui está a pessoa com quem vocês provavelmente falarão na próxima vez, como chefe de governo da Alemanha'", contou Merkel.
"E pensei que isso é importante, porque muitos estão de olho na Alemanha e interessa às pessoas o que está acontecendo aqui. E se elas sentem que existe um bom contato entre a atual e o provável futuro chefe de governo, então isso é um sinal tranquilizador num mundo bastante turbulento. E achei isso certo", acrescentou.