Merkel não consegue acordo sobre crise de migrantes
1 de novembro de 2015A chanceler federal alemã, Angela Merkel, não conseguiu um consenso sobre medidas para controlar a crise de refugiados com seus parceiros de coalizão. Os líderes dos três partidos que formam o governo concluíram neste domingo (01/11), sem acordo, uma reunião para decidir sobre possíveis providências para regular o afluxo de imigrantes.
"Um bom número de posições comuns foram encontradas", disse o porta-voz do governo, depois do encontro, realizado em Berlim. Ele acrescentou que não houve resultados concretos. As negociações vão continuar na quinta-feira na conferência de governadores dos estados alemães.
Na coalizão governamental – formada pela União Democrata Cristã (CDU), de Merkel, sua agremiação-irmã, da Baviera, a União Social Cristã (CSU) e o Partido Social Democrata (SPD) – há divergências sobre como administrar o forte afluxo de migrantes que afeta atualmente a Alemanha.
A maior economia da Europa espera receber entre 800 mil e um milhão de requerentes de asilo neste ano, o dobro do que em qualquer ano anterior, e muito mais do que qualquer outro país da União Europeia.
Importante motivo de discórdia são as chamadas "zonas de trânsito". Essas áreas, propostas pela CSU, seriam espaços onde as autoridades poderiam recusar diretamente aqueles que não têm perspectivas de asilo político e impedir a entrada deles na Alemanha.
Nessas zonas de trânsito se decidiria, num processo abreviado, se o migrante tem ou não perspectiva de obter asilo. Caso contrário, deve deixar a Alemanha dentro de um prazo curto.
Os conservadores argumentam que elas diminuiriam a carga sobre os municípios e estados, já que os solicitantes nem chegariam a ser transferidos das zonas de trânsito para essas regiões. CSU e CDU concordaram, em reunião no domingo entre Merkel e Seehofer, da necessidade da criação das "zonas de trânsito" como "medida urgente para controle
Já os social-democratas rejeitam as "zonas de trânsito", afirmando que estas se tornariam grandes campos de prisioneiros, onde pessoas que chegam à Alemanha em busca de asilo ficariam recluídas por meses.
MD/efe/rtr/dpa