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Merkel vê reuniões entre Trump e Putin como positivas

20 de julho de 2018

Chanceler federal alemã enaltece importância das relações entre seu país e EUA e afirma que ordem internacional está sob pressão. Crise interna devido à política migratória custou confiança ao governo, diz.

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Angela Merkel em Berlim
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, respondeu a perguntas na tradicional entrevista anual em BerlimFoto: Reuters/F. Bensch

A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, saudou em sua tradicional coletiva de imprensa anual, realizada nesta sexta-feira (20/07), em Berlim, qualquer diálogo que houver entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, e enalteceu a importância das relações transatlânticas.

"Reuniões entre o presidente dos EUA e o presidente da Rússia precisam se tornar novamente uma normalidade", disse a chanceler ao comentar o encontro recente dos dois líderes em Helsinque e o anúncio de uma possível visita de Putin à Casa Branca. Merkel disse esperar que Putin e Trump discutam o desarmamento nuclear.

Merkel destacou a importância das relações entre seu país e os Estados Unidos, depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, atacar reiteradamente seu governo, nos últimos dias. O presidente americano chegou a acusar Berlim de ser refém da Rússia devido à dependência energética.

Segundo Merkel, a cooperação com os Estados Unidos segue sendo central para a Alemanha, e os Estados Unidos continuam sendo um parceiro importante. Ela reconheceu, porém, que a ordem internacional está sob pressão e assegurou que continuará defendendo o multilateralismo. Segundo ela, a história mostra que a Europa e os EUA estiveram em desacordo inúmeras vezes, "mas vale a pena resolver esses conflitos".

Merkel não quis comentar sobre a natureza controversa de uma legislação em Israel que consagra o caráter judaico do país e elimina o árabe como língua oficial. "Não vou me intrometer nos assuntos domésticos de Israel", disse. Porém, ressalvou que é importante proteger as minorias e que está convencida do direito de existência de um Estado democrático judeu, ao lado de um Estado palestino que, "lamentavelmente", ainda não existe.

Em questões domésticas, Merkel reconheceu que a recente crise sobre a política de migração na Alemanha custou confiança ao seu governo, mas disse acreditar que o debate sobre a política migratória era importante.

"O tom com frequência foi muito duro, e eu dou uma importância muito grande ao linguajar", disse Merkel, que acrescentou que, no futuro, os problemas deveriam ser resolvidos de outra maneira.

A chanceler federal alemã também disse que pretende cumprir o seu atual mandato até o fim, m 2021, apesar dos entreveros internos na coalizão. Ela afirmou ainda que "manter a Europa unida" será uma tarefa "de particular importância nos próximos anos".

PV/dpa/rtr/efe

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