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'Não' ao G13

24 de maio de 2007

Em sua declaração sobre a cúpula de Heiligendamm, Angela Merkel rejeitou uma ampliação do grupo das principais nações industriais e a Rússia. A presidente do G8 pediu ainda maior empenho pela proteção do clima global.

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Premiê alemã fez pronunciamento oficial sobre o G8Foto: AP

Segundo a chanceler federal alemã, Angela Merkel, a cúpula do G8 em Heiligendamm deverá contribuir para dar um "rosto humano" à globalização. Esta oferece claramente mais chances do que riscos, afirmou a premiê em pronunciamento oficial nesta quinta-feira (24/05).

Merkel, que atualmente também ocupa a presidência do G8, exortou os Estados Unidos e outras grandes nações industriais para que renovem seus esforços no combate ao aquecimento global. Contudo, ela está cética de que, no encontro de 6 a 8 de junho próximo, se darão passos concretos para um acordo internacional sobre o clima global de 2012 em diante.

Veto ao G13

O G8 é formado pelas sete principais nações industriais, mais a Rússia. Pela primeira vez, Brasil, África do Sul, China, Índia e México foram convidados a participar do encontro. No entanto, a chanceler é terminantemente contra a ampliação do clube para incluir as economias emergentes.

"Não queremos transformar o G8 num G13". Entretanto, observou que, sem os países emergentes mais importantes, é impensável, hoje em dia, fazer progressos na proteção do clima, na rodada do comércio mundial ou na defesa da propriedade intelectual.

O discurso da chefe de governo durou pouco mais de 20 minutos. Anteriormente, Merkel alertara com insistência contra o emprego de violência nos protestos contra a cúpula. "Quem recorre à violência impossibilita o diálogo", argumentou.

Ao mesmo tempo, defendeu as abrangentes medidas de segurança. Os que criticam as precauções serão os primeiros a acusar as autoridades de negligência no caso de uma erupção de violência, afirmou Merkel.

Protesto, sim, violência, não

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Figuras de papelão dos líderes mundiais em protesto diante da cerca de segurança de HeiligendammFoto: AP

Nas últimas semanas, a interdição de manifestações durante a cúpula – assim como a cerca de segurança em Heiligendamm e a coleta de amostras de odores corporais entre ativistas de esquerda – atraiu críticas de todos os partidos.

Quanto aos que protestam pacificamente, "não apenas suas exigências são legítimas, como nós as escutaremos", prometeu Merkel. O governo de Berlim leva a sério os temores dos cidadãos em relação à globalização. Porém, esta deve ser estruturada em nível internacional.

Para tal, o grupo das nações mais ricas é um grêmio importante. "Queremos que os países do G8 realmente se dêem conta de sua responsabilidade pelo desenvolvimento global."

Equilíbrio entre o econômico e o social

A chanceler federal alemã mencionou ainda que a Alemanha poderá financiar a aprovada elevação da ajuda ao desenvolvimento com os lucros na venda dos direitos de emissão de poluentes. Ela lembrou que a questão da África põe em jogo a credibilidade da comunidade internacional.

Como principais temas da cúpula, Merkel enumerou: a consolidação do atual empuxo econômico em todo o mundo, investimentos transnacionais e a liberalização do comércio mundial.

A premiê mencionou ainda, neste contexto, a concessão de um caráter social à globalização, através de condições de trabalho dignas, proteção do clima e incentivo à África. (av)