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Militantes islâmicos atacam maior refinaria do Iraque

18 de junho de 2014

Jihadistas estariam no controle de grande parte da unidade, mas militares negam que ação tenha sido bem sucedida. Primeiro-ministro vai à televisão pedir união dos iraquianos contra os extremistas.

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Foto: picture-alliance/dpa

A milícia sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) atacou nesta quarta-feira (18/06) a maior refinaria de petróleo do Iraque, localizada em Baiji, a cerca de 200 quilômetros ao norte da capital Bagdá.

Segundo um funcionário da empresa, os jihadistas controlam a maior parte do local."O grupo conseguiu entrar no complexo. Eles assumiram o controle da unidade de produção, do prédio administrativo e de quatro torres de controle. Isso corresponde a 75% da refinaria", afirma o funcionário, que está dentro da empresa. Ele diz que os confrontos entre o EIIL e as forças de segurança continuam nas proximidades da sala de controle principal.

Já os militares iraquianos afirmam que o ataque não foi bem sucedido e que 40 militantes islâmicos foram mortos pelas forças de segurança.

Temendo um ataque, funcionários estrangeiros já haviam sido retirados do local na terça-feira. A refinaria de Beiji é responsável por cerca de 25% da capacidade de refino do país. Uma interrupção longa nas operações do complexo pode levar à escassez de combustível e eletricidade no país, contribuindo para aumentar ainda mais o caos na região.

O ataque levou as multinacionais Exxon Mobil e BP a retirarem seus funcionários do país. Segundo o presidente da estatal South Oil Company, Dhiya Jaffar, a Exxon realizou uma grande evacuação, e a BP retirou cerca de 20% dos seus empregados do Iraque.

Nuri al-Maliki Irak Ministerpräsident
Al-Maliki pede união contra a EIILFoto: AFP/Getty Images

Al-Maliki pede união

O avanço dos radicais no Iraque também fez vítimas estrangeiras. O Ministério do Exterior da Índia anunciou que 40 indianos foram sequestrados por militantes do EIIL, enquanto trabalhavam numa construção próxima a Mossul. Segundo o ministério, ainda não foi feito nenhum pedido de resgate.

Além disso, a agência de notícias turca Anadolu noticiou que outros 60 trabalhadores estrangeiros, entre eles turcos, paquistaneses e nepaleses, também foram feitos reféns pelo EIIL.

Nove dias após o ataque a Mossul pelos terroristas, o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, da corrente xiita, pediu que os povos do Iraque se unam para combater o EIIL. "Eu conclamo as tribos para renunciar aos assassinos e criminosos que representam agendas estrangeiras", apelou num pronunciamento na televisão.

Al-Maliki também negou que apenas xiitas haviam se alistado, voluntariamente, para lutar contra o EIIL. "Todo o povo iraquiano se opõem a esse perigo", reforça. O primeiro-ministro aproveitou o pronunciamento para anunciar que, em breve, o novo Parlamento vai se reunir pela primeira vez.

Envio de tropas

Nesta quarta-feira, a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, excluiu o envio de tropas alemãs ao Iraque. "A Alemanha pode, para além do envolvimento militar, tentar, com certeza, acompanhar o processo político", disse.

Merkel também disse que os Estados Unidos têm uma responsabilidade especial pela situação no Iraque e que já estão adotando medidas para conter o avanço dos jihadistas no Iraque.

Os Estados Unidos já haviam prometido ajuda ao país, mas não pretendem enviar tropas para a região. Uma das opções seria o auxílio em ataques aéreos.

Em meio à crise, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, reuniu-se com o Conselho Nacional de Segurança para discutir a ofensiva do grupo terrorista no Iraque. Antes da reunião, Cameron afirmou que os militantes do EIIL estão planejando um ataque ao Reino Unido.

"Eu discordo das pessoas que acreditam que isso não tem nenhuma relação conosco e que algum tipo de regime islâmico no meio do Iraque não vai nos afetar – vai, sim. As pessoas naquele regime, além de tentar ganhar territórios, planejam nos atacar em casa", afirmou.

CN/rtr/afp/ap/dpa