Ministro alemão do Exterior visita Iraque e reforça apoio contra radicais
16 de agosto de 2014O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, fez neste sábado (16/08) uma visita ao Iraque no intuito de reforçar o apoio da Alemanha ao governo do país, que luta contra os combatentes da organização radical sunita "Estado Islâmico" (EI). Os radicais controlam parte do território iraquiano e também da vizinha Síria.
"As imagens diárias de pessoas assassinadas e massacradas geram comoção e indignação em todo o mundo, inclusive na Alemanha", afirmou Steinmeier em Bagdá, após encontro com o ministro do Exterior do Iraque, Hussein al-Shahristani. "Um grupo de terroristas e assassinos está tentando subjugar todo o país."
Em seguida, Steinmeier se reuniu na cidade de Erbil com o presidente da região autônoma do Curdistão, Masud Barzani, para conversar sobre a assistência que o governo alemão pode oferecer à região. Ao final do encontro, Steinmeier disse que os armamentos de que dispõem os combatentes curdos nem sempre atendem às necessidades, como Barzani teria lhe explicado.
Pouco antes da chegada de Steinmeier ao país, um avião de transporte da Bundeswehr contendo ajuda humanitária aterrissou em Erbil. No total serão cinco aeronaves que deverão levar em torno de 36 toneladas de medicamentos, materiais médicos e alimentos à região do Curdistão.
O governo alemão se comprometeu a dar todo o apoio possível, em termos legais e políticos, para auxiliar na luta contra os extremistas islâmicos e já disponibilizou 24,4 milhões de euros para o auxílio aos refugiados. Após alguma resistência inicial, o governo alemão sinalizou que se dispõe a enviar também equipamentos militares.
Esperanças por um "governo de unidade"
Em Bagdá, Steimeier se reuniu com a cúpula do governo iraquiano, com a presença do primeiro-ministro designado, Haidar al-Abadi, que deverá substituir o ex-premiê Nuri al-Maliki.
Após oito anos de mandato, durante o qual foi acusado de ter excluído do governo e perseguido os sunitas, o xiita Maliki renunciou ao cargo, no intuito de abrir caminho para a formação de um novo governo, após semanas de disputas internas.
Steinmeier declarou que a nomeação de Abadi traz grandes esperanças de que o novo governo inclua "as diferentes regiões e religiões em um governo de unidade". O ministro afirmou que apenas desse modo será possível derrotar o EI e acabar com o apoio que os islamistas têm entre parte da população, insatisfeita com o governo. O novo primeiro-ministro já anunciou uma campanha de reconciliação nacional.
RC/dpa/rtr/afp