Ministro britânico tenta amenizar consequências do Brexit
27 de junho de 2016O ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, tentou nesta segunda-feira (27/06) acalmar os temores dos mercados financeiros mundiais quanto às consequências da saída do país da União Europeia (UE). Ele afirmou que a economia britânica permanece "fundamentalmente forte, altamente competitiva e aberta para os negócios".
Entretanto, a tendência de queda nos mercados mundiais continua, enquanto a libra esterlina sofre sua pior desvalorização em mais de 30 anos.
Em declaração feita antes da abertura do mercado de ações britânico, Osborne admitiu que ajustes à nova situação serão inevitáveis, mas ressaltou que o país possui todos os meios para enfrentar os obstáculos.
Segundo o ministro, passos adotados pelo governo nos últimos anos permitem que a economia britânica se mantenha estável e forte. "Eu havia dito que tínhamos que reparar o telhado a fim de estarmos preparados para o que pudesse acontecer no futuro e, por sorte, o fizemos", declarou, se referindo às medidas de austeridade implantadas pelo governo após a última crise financeira mundial.
Osborne disse ainda que o Banco Central britânico está preparado para disponibilizar 250 bilhões de libras esterlinas (345,93 bilhões de dólares) em fundos adicionais para dar sustentação ao mercado financeiro.
Temores de prejuízos e demissões
Em sua primeira aparição pública desde a vitória do Brexit no referendo da última quinta-feira, o ministro evitou falar sobre a possibilidade de o país entrar numa recessão, como havia previsto o Tesouro britânico em caso de uma saída do bloco europeu.
Entretanto, as consequências econômicas do Brexit já começam a se fazer sentir no Reino Unido. A agência imobiliária Foxtons divulgou um alerta nesta segunda-feira, afirmando que uma tendência de aumento nos negócios prevista para o segundo semestre estaria agora "improvável de se materializar".
A IAG, controladora da British Airways, e a empresa aérea de baixo custo Easy Jet, alertaram para quedas nos lucros, em razão das incertezas econômicas e dos consumidores.
Os alertas são emitidos em meio aos temores de que milhares de empregos no centro financeiro em Londres estariam ameaçados. Empresas como a JP Morgan, HSBC e Goldman Sachs afirmaram antes do referendo que milhares de vagas poderiam ser transferidas para países da Europa em caso de um Brexit.
Mercados em baixa
Apesar das garantias do ministro britânico, os mercados de ações europeus continuaram em queda nesta segunda-feira. A libra esterlina, que na semana passada atingiu seu índice mais baixo desde 1985, caiu 2,4% na reabertura dos mercados nesta semana.
O índice britânico FTSE 100 caiu 1,3% pela manhã. O alemão DAX e o francês CAC 40 também apresentavam queda de 1,3%.
Os mercados asiáticos, porém, esboçaram alguma reação após notícias de que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, instruiu as autoridades financeiras de seu país para que tomassem medidas visando estabilizar o mercado financeiro.
RC/efe/ap/dw