Mobilidade e segurança são temas da CeBIT 2012
6 de março de 2012Duas tendências estão surgindo a partir da oferta aparentemente infinita de feira mundial de computadores: a mobilidade e segurança.
Os pesquisadores da Associação Fraunhofer se ocupam do trânsito ao futuro. Com automóveis em miniatura, eles demonstram na CeBIT 2012 como otimizar o tráfico e reduzir a poluição nas cidades do futuro. Smart mobility (mobilidade inteligente) é como eles denominam a tecnologia que permite aos carros se comunicam sem fio com uma central de gestão de tráfico, através de seus sistemas de navegação do carro ou do smartphone do motorista.
Outra empresa que também descobriu o tema "comunicação máquina a máquina" é a operadora de telefonia celular Vodafone. Ela pretende implantar em todos os modelos de automóvel da BMW um pequeno chip com funções similares às de um chip de celular. Com isso, não será apenas possível navegar na internet a partir do carro, mas também acionar automaticamente um pedido de socorro, em caso de acidente.
"Não vamos ter carros da Google ou da Vodafone", declarou Paul Gerlach, porta-voz da Vodafone, "Continua sendo uma BMW, só que capaz de integrar muitos serviços totalmente novos, através da conexão de banda larga". A empresa cita estimativas de especialistas, segundo as quais o mercado de comunicação máquina a máquina no setor automotivo alcançará cerca de 9 bilhões de euros em 2012.
Em todo lugar
Outra gigante da informática, a IBM, também está investindo na área da mobilidade. A empresa desenvolveu uma nova tecnologia que quintuplica a autonomia dos automóveis elétricos, alcançando até 800 quilômetros. Além disso, em breve algumas viagens de carro se tornarão supérfluas, pois será possível reproduzir em qualquer computador do mundo todo o ambiente informático do escritório.
"Com este pequeno pen drive, é possível baixar da cloud uma imagem virtual do seu computador, e instalá-la com segurança em qualquer PC ou laptop", demonstrou Martina Koederitz, nova diretora geral da IBM na Alemanha.
Porém, o mais tardar nesse ponto, entra o tema "segurança". Como garantir que seja seguro o acesso remoto a dados empresariais sensíveis?
"O maior risco para a informática está sentado a 30 centímetros do monitor", comenta Michael Gramse, da empresa de aplicativos antivírus Kaspersky Labs. Ou seja: o próprio usuário é o maior risco de segurança. E, além disso, está se tornando cada vez mais exigente. "Ele vai até o chefe e diz: 'Não quero mais trabalhar com um laptop, é pesado demais, prefiro trabalhar com o meu tablet'", diz Gramse.
Pesadelo para a informática
Um pesadelo para qualquer departamento de TI ou administrador de rede de uma empresa. A mobilidade crescente dos funcionários, o uso de hardware privado também para fins profissionais, exigem novos conceitos de segurança para que os empregados tenham acesso seguro aos dados dentro de uma rede corporativa.
Se pudessem, aqui todos os administradores de rede do mundo diriam "basta". Como isso não é possível, por razões óbvias, eles insistem que nas viagens a serviço os colegas só utilizem software específico e verificado. "No entanto, estudos dentro de empresas mostram que a satisfação, e portanto a produtividade, aumentam quando o funcionário pode utilizar seu próprio computador, com que está acostumado a trabalhar em casa", afirma Gramse.
"'Bring your own device' [traga seu próprio equipamento] é uma tendência que está super em alta", afirma o gerente de vendas da Kaspersky Labs. Uma tendência provavelmente irreversível, e que traz novos perigos para as firmas. Mas também bons negócios para todos os expositores que, na CeBIT, prometem maior segurança.
Autor: Rolf Wenkel (mas)
Revisão: Augusto Valente