Moscou considera enviar tropas à Síria
18 de setembro de 2015Moscou afirmou nesta sexta-feira (18/09) que consideraria a possibilidade de enviar tropas à Síria se recebesse um pedido do presidente Bashar al-Assad. O anúncio veio em meio a suspeitas de um aumento da presença militar russa no país, assolado pela guerra civil há quatro anos.
"Se houver um pedido [da Síria], iremos, naturalmente, discuti-lo e avaliá-lo através de contatos e diálogos bilaterais", afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. "Por enquanto, é difícil falar sobre isso hipoteticamente", disse.
Os Estados Unidos sustentam que Moscou – um dos mais tradicionais aliados de Damasco – enviou secretamente tropas, unidades de artilharia e tanques para a Síria. O Kremlin alega que o envio de armas ocorreu sob contratos já existentes e nega que suas forças estejam no país.
O presidente russo, Vladimir Putin, forneceu apoio a Assad em meio ao levante popular contra seu regime, que se transformou numa sangrenta guerra civil. O conflito já matou em torno de 240 mil pessoas e forçou o deslocamento de quatro milhões de sírios.
Moscou insiste numa ampla coalizão internacional para combater os avanços do "Estado Islâmico" (EI) no país, mas países do Ocidente e da região se recusam em lutar ao lado de Assad.
Diálogo EUA-Rússia
Os Estados Unidos estão planejando iniciar conversações diretas entre a Rússia e autoridades militares americanas sobre o envolvimento de Moscou no conflito da Síria, disse o secretário de Estado americano, John Kerry, nesta sexta-feira. Moscou logo afirmou que também está disposta a dialogar com os EUA.
Kerry disse que o presidente Barack Obama acredita que essas discussões seriam uma etapa importante para buscar uma solução para a crise síria. As conversas, segundo o secretário de Estado, deverão "ajudar a definir algumas das diferentes opções disponíveis" em relação ao conflito.
"Nosso foco continua sendo a destruição do 'Estado Islâmico' (EI) e a estabilidade política síria, que acreditamos não ser possível de atingir com a presença em longo prazo de Assad", disse. "Buscamos meios de encontrar um denominador comum."
RC/rtr/ap/afp