Muçulmanos são indispensáveis para Bundeswehr, diz ministra
17 de setembro de 2016A ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, afirmou neste sábado (17/09) que soldados de origem muçulmana são indispensáveis para as missões internacionais realizadas pela Bundeswehr, as Forças Armadas da Alemanha. "Com seus conhecimentos linguísticos e culturais, eles facilitam o acesso à respectiva população", afirmou a ministra a jornais do grupo editorial Funke.
Segundo Von der Leyen, há 170 militares muçulmanos participando de missões no exterior. Ela acrescentou ainda que 15% dos militares alemães têm origem migratória, e entre eles estão soldados de origem turca, africana e árabe. "E muitos alemães-russos", disse.
Von der Leyen também abordou as operações na Turquia e no Afeganistão. Quanto a esta, a ministra disse ainda não ver um fim. "Minha previsão é: vamos continuar lá por mais tempo." A situação no Afeganistão será avaliada em conjunto com os aliados, explicou. "Antes, o país era um berço do terrorismo. Hoje ainda há muita desordem, mas também há uma série de desenvolvimentos promissores."
Bundeswehr deve permanecer em Incirlik
Apesar das diferenças políticas com a Turquia, Von der Leyen defendeu a permanência de cerca de 250 soldados alemães na Base Aérea de Incirlik: "Uma retirada da base da Otan enfraqueceria a luta conjunta contra o terrorismo."
Indagada por que os soldados não teriam sido retirados, ela respondeu: "Porque isso apenas favoreceria o 'Estado Islâmico'". De acordo com a ministra alemã da Defesa, essa é uma missão prioritária, "apesar de todos os desacordos".
Os soldados das Forças Armadas alemãs em Incirlik participam da missão da Otan para monitorar as atividades do "Estado Islâmico". No contexto dessa operação, jatos alemães do tipo Tornado já realizaram mais de 500 voos de reconhecimento sobre a Síria.
A desarmonia mencionada pela ministra se deu depois que a Turquia proibiu, temporariamente, a visita de parlamentares alemães aos soldados da Bundeswehr estacionados em Incirlik. O motivo da medida tomada por Ancara está na aprovação, pelo Bundestag (Parlamento alemão), da resolução que considera genocídio o massacre de armênios praticado pelos turcos há um século.
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