Médicos anunciam quarto caso de cura do HIV
27 de julho de 2022Médicos dos Estados Unidos divulgaram nesta quarta-feira (27/07) o quarto caso no mundo de um paciente considerado curado do HIV. Assim como nos três casos anteriores, o homem, hoje com 66 anos e que na época tinha 63, recebeu um transplante de medula óssea durante um tratamento para leucemia.
A revelação foi feita na Conferência Internacional de Aids, realizada em Montreal, no Canadá. Trata-se do paciente mais velho e o portador de HIV há mais tempo a ser curado.
Para o transplante, os médicos buscaram um doador que, além de compatível, fosse naturalmente resistente ao vírus causador da aids. O método já havia funcionado pela primeira vez com Timothy Ray Brown, em 2007, conhecido como "o paciente de Berlim".
O homem está sendo chamado de "paciente da Cidade da Esperança", em homenagem ao hospital onde foi tratado, em Duarte, na Califórnia - ele não quer ser identificado.
"Quando fui diagnosticado com HIV, em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV", afirmou o paciente em comunicado.
Antes do transplante, ele fez terapia antirretroviral (ART) para controlar sua condição por mais de 30 anos. Após o transplante, ocorrido há três anos e meio, o paciente parou de tomar ART em março de 2021. Agora, ele está em remissão do HIV e da leucemia há mais de 17 meses.
"Esperança contínua e inspiração"
Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional da Aids, disse que o caso fornece "esperança contínua e inspiração" para pessoas com HIV e a comunidade científica em geral.
No entanto, o tratamento continua sendo uma opção bastante improvável para a maioria das pessoas com HIV, devido à complexidade do procedimento e à dependência de doadores compatíveis. Dessa forma, o tratamento só é recomendado para quem precisa do procedimento devido a um quadro avançado de câncer.
Os cientistas acreditam que o processo teve êxito porque as células-tronco do indivíduo doador têm uma mutação genética específica e rara. Isso significa que elas não possuem os receptores usados pelo HIV para infectar as células.
le/lf (Reuters, ots)