Na Alemanha, países voltam a discutir acordo do clima
29 de abril de 2013Representantes de mais de 170 países estão em Bonn, na Alemanha, a partir desta segunda-feira (29/04) para uma nova rodada de negociações que pretende discutir o chamado acordo do clima. As conversas são as primeiras desde a reunião do Qatar, em dezembro passado, e têm como objetivo abrir caminho para um novo tratado – a ser concluído até 2015 e aplicado em 2020, quando expira o Protocolo de Kyoto.
No discurso de abertura, Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), chamou a atenção para um dado que considerou preocupante. As emissões de CO2, segundo ela, já são 399 partes por milhão (ppm), quando o tolerável seria de até 450.
“Estamos prestes a cruzar a marca dos 400. Essa é uma reunião de urgência”, declarou Figueres. “O desafio de vocês é claro: vocês têm que ser fiéis à convenção, vocês têm que se mobilizar.”
O encontro em Bonn tem cerca de mil participantes inscritos. A reunião inclui uma agenda extensa de palestras sobre redução dos gases de efeito estufa, gestão correta das florestas e da terra. Os interessados, antes, também podiam encaminhar propostas para serem colocadas em pauta no evento, que é mais um esforço de entendimento entre os maiores poluidores do planeta.
Na semana passada, a agência de notícias Reuters divulgou dados compilados que apontam uma redução de 0,7% em 2011 na emissão de gases poluentes por parte das nações mais industrializadas.
“Para os Estados Unidos, foi apenas a mudança do carvão para o gás nas usinas elétricas”, afirmou Steffen Kallbekken, diretor de pesquisas do Centro para Pesquisas Internacionais Climáticas e Ambientais, de Oslo. “No caso da Europa, foi por causa da atividade econômica fraca”.
Os números, no entanto, não amenizam a importância do novo debate. Países emergentes, como Índia, Brasil e China, elevaram os níveis de poluição nos últimos anos, ainda segundo o levantamento da Reuters. Até 2015, junto com os outros membros signatários da ONU, eles terão que definir um acordo para reduzirem as emissões. A expectativa é de que o documento entre em vigor cinco anos depois.