Cruzeiro
14 de janeiro de 2012Pelo menos três pessoas morreram, dezenas ficaram feridas e outras estão desaparecidas após um naufrágio de um navio de cruzeiro na noite de sexta-feira (13/01), com mais de quatro mil ocupantes na orla italiana. O Costa Concordia encalhou num banco de areia na ilha de Giglio, no sul da região da Toscana. A embarcação transportava mais de 4.200 pessoas, incluindo passageiros e tripulação. Três corpos foram resgatados das águas.
Doze horas após o acidente, o navio se encontrava praticamente deitado, com seu lado direito submerso na água, com um corte em seu casco de cerca de 30 metros de comprimento. Testemunhas suspeitam que o barco colidiu contra uma rocha. Francesco Paolillo, comandante da guarda costeira local, afirmou que havia um buraco de cerca de 30 metros do casco da embarcação, mas afirmou ser muito cedo para dizer o que exatamente havia acontecido.
Passageiros reclamaram falta de coordenação
Três corpos foram resgatados e dezenas de pessoas ainda se encontravam desaparecidas na tarde de sábado. Cerca de 30 teriam se ferido, a maioria levemente, mas pelo menos duas vítimas sofreram lesões graves. Os passageiros reclamaram que a tripulação não conseguiu dar instruções sobre como abandonar o Costa Concordia e que o exercício de evacuação era previsto para a tarde de sábado.
Muitas pessoas se salvaram em botes infláveis, mas cerca de 50 pessoas que ficaram presas na embarcação foram retiradas de helicóptero, depois de o navio adernar de tal forma que o lançamento de botes salva-vidas se tornou impossível, segundo afirmou o comandante da guarda costeira Francesco Paolillo. Alguns sobreviventes foram resgatados por barcos que estavam na região.
Navio com cerca de 290 metros de comprimento e 40 de largura, o Costa Concordia começou a tombar às cerca de 20h (horário local), se inclinando cerca de 20 graus", informou a guarda costeira. Segundo sobreviventes, o acidente ocorreu na hora do jantar. "Estávamos à mesa, quando as luzes se apagaram. De repente, ouvimos um estrondo, e os pratos caíram no chão", lembrou o jornalista Luciano Castro. "Era como numa cena do Titanic", comparou a jornalista Maria Parmegiani.
Pânico a bordo
Os passageiros foram inicialmente informados de que o navio havia parado por uma pane elétrica, antes de serem instruídos a vestirem coletes e a se encaminharem para os botes salva-vidas. Alguns dos passageiros relataram pânico a bordo, após a ordem de evacuação do navio, que causou disputas entre as pessoas, choros e gritos, e a queda ao mar de alguns dos passageiros que tentavam entrar nos botes salva-vidas.
Em comunicado, a Costa Crociere, empresa italiana de cruzeiros responsável pelo navio, informou que a bordo seguiam 3.200 passageiros, entre italianos, alemães e franceses, além de mais de mil tripulantes. A embarcação iniciara um cruzeiro pelo Mediterrâneo poucos minutos antes do acidente, começando viagem do porto de Civitavecchia, perto de Roma, com paradas previstas em Savona, Palermo, Cagliari, Palma de Maiorca, Barcelona e Marselha.
As pessoas resgatadas foram abrigadas em escolas, hotéis e igrejas na pequena ilha de Giglio, um conhecido destino de férias a aproximadamente 25 quilômetros da costa italiana. Aqueles evacuados por helicóptero foram levados para Grosseto, enquanto outros, resgatados por barcas locais convocadas pelo serviço de emergência, foram levados para o porto de Porto Santo Stefano, no continente.
MD/lusa/afp/ap/dpa/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque