Nawaz Sharif reivindica vitória nas eleições parlamentares do Paquistão
12 de maio de 2013Até a tarde deste domingo (12/05), a contagem de votos apontava que o partido do antigo premiê paquistanês Nawaz Sharif, a Liga Muçulmana (PML-N), teria obtido mais de 120 dos 272 assentos na Assembleia Nacional disputados nas eleições que ocorreram no sábado. Ainda não está decidido se a PML-N poderá governar sozinha ou terá de fazer coalizões.
Diante da multidão de apoiadores que festejavam a vitória, Sharif pediu ajuda a todos os partidos, inclusive de seus adversários, para que resolvam juntos os problemas do país. Nesta eleição, os principais rivais de Sharif foram o Movimento para a Justiça (PTI), do antigo ídolo do críquete Imran Khan, e o Partido do Povo Paquistanês (PPP), da família Bhutto.
De civis para civis
Mais de 86 milhões de paquistaneses estavam aptos a votar no atual pleito. Segundo a lei eleitoral do país, 272 deputados são eleitos diretamente e 70 outros são nomeados em função de uma lista proporcional. Sharif, líder da PML-N e chefe do governo paquistanês de 1990 a 1993 e de 1997 a 1999, foi eleito numa circunscrição do seu estado natal, o Punjab, no leste do Paquistão.
O PTI deverá sair como a segunda força política. O PPP, partido do presidente Asif Ali Zardari, cujo cargo não estava sendo disputado, sofreu uma grande derrota e caiu para a terceira posição.
O ex-primeiro-ministro, Raja Pervez Ashraf, que até março passado ocupava o cargo, foi derrotado na sua circunscrição por um candidato relativamente desconhecido do PML-N.
Desde 1947, esta é a primeira vez na história do Paquistão que um governo civil entrega o poder a um sucessor eleito democraticamente. Durante cerca de metade desse período, o país foi governado por um regime militar. Em 1999, Sharif foi deposto pelos militares, tendo sido preso e posteriormente enviado para o exílio.
Tarefas pela frente
O sábado de eleições foi ofuscado, no entanto, por atentados e ataques de extremistas. Mais de 20 pessoas foram mortas. Durante a campanha eleitoral, os radicais islâmicos talibãs paquistaneses já haviam realizado diversos atentados, que provocaram mais de uma centena de mortes. Os islâmicos radicais rejeitam a realização de eleições, as quais consideram "anti-islâmicas."
Apesar da precária situação de segurança, quase 60% dos 86 milhões de eleitores aptos a votar foram às urnas nesta eleição – a maior participação eleitoral desde 1977. Além das cadeiras na Assembleia Nacional, também estavam sendo disputados os assentos nos parlamentos regionais das quatro províncias do país.
O futuro governo da potência nuclear Paquistão está diante de sérios desafios. O país do sul asiático sofre com o terrorismo e a violência. A corrupção é algo comum e há anos que a economia do país vem decrescendo – cerca de um quinto da população vive em pobreza extrema.
CA/dpa/afp/rtr/lusa