Negócios com a China duplicam lucros da Volkswagen
12 de março de 2012A Volkswagen continua em grande forma: com quase 16 bilhões de euros no último ano fiscal, a maior montadora de automóveis da Europa praticamente duplicou seus lucros em relação a 2010. O conglomerado se beneficiou especialmente de bons negócios com a China. Dos mais de 8 milhões de veículos vendidos no mundo inteiro pela VW, 2,3 milhões foram para aquele país asiático.
Segundo declarou Frank Schwope, analista para assuntos da indústria automotiva do banco NordLB, em conversa com a DW, "esse é um impulsionador muito importante para o grupo Volkswagen. A BMW e a Mercedes vendem menos de 300 mil carros na China, cada uma. A VW vende mais de 2 milhões".
Otimismo justificado
Também em 2012 o maior crescimento de faturamento deverá partir da China, estima Schwope. Além disso, deve vir um grande acréscimo da Índia, onde a VW era relativamente fraca até agora. Segundo as projeções do especialista, a abertura de uma nova central de produção nos Estados Unidos pode também trazer um aumento das vendas no mercado norte-americano. "No oeste e sul da Europa, em contrapartida, a demanda deverá diminuir."
"O ano de 2012 vai certamente exigir bastante do setor automotivo. Especialmente a crise de endividamento na Europa continuará a afetar os mercados", explicou o presidente da VW, Martin Winterkorn, ao apresentar o balanço anual nesta segunda-feira (12/03), na sede da empresa, em Wolfsburg. "Mas, no total, a Volkswagen deverá seguir crescendo. Vamos vender mais carros em 2012 do que no ano anterior."
O analista Schwope considera esse anúncio perfeitamente realista. "Basta considerar que o grupo VW já vendeu quase 8% mais veículos nos primeiros meses de 2012 do que no ano passado."
"Líder até 2018"
Outro fator importante para o recorde de lucros do ano fiscal passado foi a reavaliação das opções de ações da companhia, após a inicialmente fracassada tentativa de fusão com a Porsche. Contra antigos gerentes da Porsche ainda pendem processos jurídicos por negócios financeiros obscuros, e não é possível prever quando a concorrente será definitivamente incorporada à Volkswagen. "Acho que algo se concretizará nos próximos dois ou três anos", especula Schwope.
Em 2011, o presidente da VW quase dobrou seu salário, alcançando o recorde de 17,5 milhões de euros. Com isso, ele se tornou o executivo mais bem pago entre as principais empresas alemãs que compõem o índice da bolsa DAX. Porém, lembra Frank Schwope, o salário está subordinado ao desempenho da empresa e é, consequentemente, alto num ano de recorde. Se vierem maus anos fiscais, o salário do presidente também cairá.
Mas se depender de Martin Winterkorn, isso não acontecerá tão cedo. O poderoso executivo enfatizou em Wolfsburg a meta já formulada há bastante tempo: transformar a VW na líder mundial do setor, até, no máximo, 2018.
Schwope rebate: "Não dá para prever com seriedade, hoje, quem será o maior grupo automobilístico em 2018". A Volkswagen tem realmente chances, porém o mesmo se aplica à Toyota, à General Motors, assim como à aliança Renault/Nissan. Além disso, é possível que nos próximos anos sejam criados novos conglomerados chineses, que passarão também a concorrer pela liderança mundial.
Autoria: Klaus Ulrich (av)
Revisão: Francis França