Neonazistas recrutam jovens na internet
14 de julho de 2012Desde que surgiu a internet, os neonazistas têm se aproveitado dela como instrumento de propaganda. Há algum tempo eles se espalham cada vez mais nas redes sociais como o Facebook, a fim de abordar especificamente os jovens e mobilizá-los.
"Para os extremistas, as redes interativas são a plataforma de recrutamento ideal, por serem especialmente apreciadas pelos adolescentes", explica Stefan Glaser, diretor da seção encarregada do combate ao radicalismo de direita na Jugendschutz.net. Cofinanciada por todos os estados alemães, a organização de proteção à juventude vasculha a internet à procura de conteúdos criminosos e potencialmente nocivos aos menores. E cada vez mais os encontra nas redes sociais. "Em muitos casos, os posts no Facebook e YouTube substituíram completamente os sites clássicos", aponta o relatório da organização para 2011.
Atualmente, é na Web 2.0 que se concentra o maior número de delitos por parte de extremistas de direita. Aparentemente, no Facebook os neonazistas se sentem menos sujeitos à persecução penal, supõem os fiscais da organização.
Conteúdo disfarçado
As vantagens das redes sociais são bastante óbvias. "Aqui, conteúdos radicais podem ser apresentados a um público de massa", cita Glaser. Muitas vezes o cerne de extrema direita da mensagem está disfarçado.
Neonazistas costumam apelar para temas emocionais e polêmicos, a fim de despertar a curiosidade dos jovens ou desencadear aprovação espontânea. Quando se trata de defender as crianças de abuso sexual, muitos usuários clicam, sem pensar muito, no botão de "curtir" ou "compartilhar".
Com milhares de cliques, tais campanhas alcançam um peso maior e se difundem em velocidade vertiginosa. Este é o caso do videoclip extremista sobre o tema do abuso sexual de menores, que já recebeu quase um milhão de cliques na plataforma YouTube. Só vendo com maior atenção é que ficam claros os posicionamentos racistas ou antidemocráticos, característicos da visão de mundo neonazista.
Usuários persistentes
Quando os fiscais da internet esbarram em materiais inadmissíveis de extrema direita, estes podem ser deletados, dependendo da boa vontade do provedor. A organização Jugendschutz.net registrou mais de 970 procedimentos desse tipo nas redes sociais, em 2011. No entanto, é comum que conteúdos de direita radical sejam recolocados na rede logo após terem sido eliminados, critica Stefan Glaser.
Aqui, a obrigação de agir é dos operadores das plataformas. Pois, do ponto de vista da tecnologia, é perfeitamente possível reconhecer um novo upload de conteúdos que já foram previamente eliminados.
Autoria: Nina Werkhäuser (av)
Revisão: Soraia Vilela