Nobel Alternativo ativistas de direitos humanos
1 de outubro de 2015Um ministro das Ilhas Marshall, uma ativista direitos humanos do Ártico e uma de Uganda, além de um médico italiano, foram homenageados nesta quinta-feira (01/10), em Estocolmo, com o Prêmio Right Livelihood, conhecido como Nobel Alternativo.
O prêmio honorário da fundação ficou com o ministro de Negócios Tony De Brum e o povo das Ilhas Marshall, no Pacífico, em reconhecimento pela "visão e coragem" do país em levar à Justiça as potências nucleares por não cumprirem suas obrigações de desarmamento.
No fim da Segunda Guerra Mundial, os EUA realizaram dezenas de testes nucleares nas Ilhas Marshall. As explosões de bombas atômicas afetaram a saúde de pelo menos mil habitantes do arquipélago. Em 2014, De Brum entrou com uma ação no Tribunal Internacional de Justiça contra as nove potências nucleares por não cumprirem o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares.
Além da distinção honorária, três homenageados irão dividir o prêmio de 3 milhões de coroas suecas, cerca de 320 mil euros: Sheila Watt-Cloutier (Canadá), Kasha Jacqueline Nabagesera (Uganda) e Giro Strada (Itália).
A ativista canadense foi homenageada "pelo trabalho de proteção dos inuítes do Ártico e pelo direito de conservarem os meios de subsistência e cultura, gravemente ameaçados pelas alterações climáticas".
Watt-Cloutier contribuiu para a reforma do sistema educacional de sua região, Nunavik, para ajustá-lo as necessidades das comunidades indígenas. Anos mais tarde ela defendeu os direitos da juventude inuíte.
Já ativista de direitos humanos Nabagesera recebeu o prêmio "pela coragem e perseverança, apesar da violência e intimidação, em garantir o direito de pessoas lésbicas, 'gays', bissexuais, transexuais e intersexuais (LGBTI)", de acordo com o comunicado da fundação.
O terceiro premiado foi médico italiano Gino Strada, cofundador da organização Emergency, que presta assistência a vitimas de conflitos bélicos. Atualmente, a ONG administra mais de 60 hospitais e clínicas em vários países com o objetivo de transferir conhecimentos médicos a profissionais locais.
O Nobel Alternativo foi criado em 1980 para "honrar e apoiar homens e mulheres que oferecem respostas práticas e exemplares aos desafios mais urgentes e atuais", segundo o comunicado da fundação. Desde então, mais de 162 pessoas de 67 países já foram homenageadas. Pela primeira vez, o Prêmio Right Livelihood é concedido para cidadãos da Itália e de Uganda.
CN/lusa/efe