Pompidou-Metz
11 de maio de 2010Na presença de centenas de jornalistas e convidados, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, inaugurou nesta terça-feira (11/05) o Pompidou-Metz, na região da Lorena, no leste francês. O novo museu deverá ser aberto ao público no próximo sábado.
Sarkozy espera que o Centro Pompidou-Metz (CPM) ocasione um "renascimento" na região da Lorena. O edifício com cerca de 10 mil metros quadrados de área custou 70 milhões de euros.
Em sua primeira exposição, intitulada Obras-primas?, o CPM traz esculturas, fotografias e videoinstalações de artistas célebres do século 20 – entre os quais Jean Dubuffet, Pablo Picasso, Marc Chagall, Max Ernst, Wassily Kandisky, Alberto Giacometti, Fernand Léger, Jackson Pollock e Miró.
Projeto nipo-francês
Com sua extensa cobertura ondulada e sua peculiar estrutura em madeira, arquitetonicamente o novo Centro Pompidou em Metz pouco lembra a cúbica matriz parisiense que, com sua profusão de dutos, simbolizou há quadro décadas a esperança da modernidade no avanço tecnológico.
A estrutura da coberta do novo prédio, cujo projeto foi assinado pelo japonês Shigeru Ban e pelo francês Jean de Gastines, lembra um entrelaçado em rede de malha larga, o que lhe confere uma certa suavidade formal.
A cobertura em membrana branca com 8 mil metros quadrados de superfície foi fabricada no Japão, enviada por navio à Europa, onde foi montada por especialistas alemães.
A única referência aparente ao Centro George Pompidou de Paris é a torre em aço e vidro no centro do edifício. Com seus 77 metros de altura, ela faz alusão ao ano de inauguração da matriz parisiense, em 1977.
Espaço interno
Internamente, o novo edifício é tão bem iluminado quanto a sede parisiense. Isso se deve às imensas superfícies de vidro e ao átrio, a partir do qual os visitantes têm acesso às salas de exposição, ao auditório e à chamada "nave principal", um espaço semelhante a uma nave de igreja, com até 21 metros de pé-direito, onde podem ser expostos objetos de arte e instalações de grandes dimensões.
As três galerias do museu lembram três caixas superpostas, cada uma medindo 84m de comprimento, 14m de largura e 5m de altura. Através das janelas panorâmicas, tem-se uma ampla vista sobre a cidade e sobre a Catedral de Saint-Étienne, uma das maiores e mais belas da Europa.
Nova imagem
O acervo do novo museu provém da matriz parisiense, que, com suas 65 mil peças, possui a maior coleção de arte moderna e contemporânea da Europa. O Centro George Pompidou-Metz não é a única representação exterior de uma instituição cultural parisiense. A mesma tendência política de descentralização do governo francês já havia viabilizado o projeto de uma nova sede do Museu do Louvre, em construção na cidade de Lens, no norte do país.
Com o Pompidou-Metz, as autoridades culturais francesas pretendem atrair aficionados de arte da região metropolitana de Paris, de outras regiões francesas e de países vizinhos, como Alemanha, Bélgica e Luxemburgo.
A cidade de Metz deposita nesse novo museu esperanças semelhantes às dos fundadores da matriz parisiense. Em 1969, o então presidente francês George Pompidou explicava que queria "criar tanto um museu de belas artes, quanto um centro com música, cinema, livros e pesquisa audiovisual".
Essa diversidade fez com que o centro parisiense se tornasse um dos museus mais visitados da França. Com o novo espaço de peregrinação artística, Metz quer mudar sua imagem de antiga fortaleza militar e, a médio prazo, receber até 400 mil visitantes por ano.
CA/dpa/afp
Revisão: Simone Lopes