Novo vídeo revela detalhes sobre morte de Walter Scott
10 de abril de 2015Um novo vídeo divulgado nesta quinta-feira (09/04) revelou mais detalhes sobre a morte de um homem negro por um policial branco no estado americano da Carolina do Sul, no último fim de semana.
A câmera instalada no painel da viatura utilizada pelo policial em questão, Michael Slager, mostra, inicialmente, uma inspeção de trânsito rotineira na cidade de North Charleston. O carro Mercedez-Benz, que havia sido adquirido recentemente pela vítima, Walter Scott, de 50 anos, foi parado pelo policial, que se dirigiu à janela do motorista e pediu a habilitação e o documento do veículo.
Enquanto Slager retornava à viatura, Scott é visto saindo e rapidamente voltando para o interior do carro, fechando a porta do veículo. Segundos depois, ele abriu novamente a porta e saiu correndo.
Slager o perseguiu por alguns quarteirões, até alcançá-lo num terreno vazio. Outro vídeo, gravado por uma testemunha e divulgado anteriormente, mostra o policial atirando oito vezes em Scott, pelas costas.
Os dois vídeos contradizem a versão de Slager de que ele teria agido em legítima defesa. O Departamento de Polícia de North Charleston disse nesta quinta-feira que as declarações do policial contêm várias inconsistências.
"Achamos desde o início que havia algo de errado", afirmou Mark Keel, diretor da Divisão de Aplicação da Lei da polícia da Carolina do Sul. Ele diz que o vídeo divulgado anteriormente, gravado com um telefone celular, confirmou as suspeitas iniciais sobre o caso.
Os registros policiais de Slager não contêm indicações de que seus chefes considerassem que ele poderia agir por conta própria ou cometer assassinatos. Consta apenas uma queixa contra sua conduta sobre uso excessivo da força, da qual ele acabou sendo absolvido.
Slager, cuja esposa está grávida de oito meses, está preso sem direito à fiança, sob a acusação de assassinato. Uma audiência está marcada para o dia 21 de agosto e pode resultar numa sentença de até 30 anos de prisão ou até mesmo na pena de morte.
RC/AP/afp