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O apelo inédito de Merkel devido ao coronavírus

19 de março de 2020

Pandemia leva chanceler federal alemã a fazer pronunciamento extraordinário pela primeira vez em mais de 14 anos de governo. "É sério. Leve a sério, você também".

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Angela Merkel fez pronunciamento, nesta quarta-feira (18/03), na televisão:

"Caras concidadãs, caros concidadãos, o coronavírus está mudando a vida em nosso país de forma dramática atualmente. A nossa noção de normalidade, de vida pública e de interação social, tudo isso está sendo posto à prova como nunca antes. Milhões de vocês não podem ir para o trabalho, seus filhos não podem ir à escola ou à creche. Teatros, cinemas e lojas estão fechados e, talvez o mais difícil: todos sentimos falta do contato pessoal que, de outra forma, costuma ser algo normal." 

"É natural que cada um de nós em uma situação como esta esteja cheio de dúvidas e preocupações sobre como serão as coisas daqui para frente. Eu me dirijo a você hoje desta maneira incomum porque eu quero lhe dizer o que me guia como chanceler-federal, a mim e a todos os meus colegas no governo federal. É parte integrante de uma democracia aberta que nós tomemos decisões políticas transparentes e as expliquemos. Que justifiquemos e comuniquemos nossas ações da melhor forma possível, para que elas sejam compreensíveis."

"Eu acredito firmemente que podemos ser bem-sucedidos nessa tarefa [de combater o vírus], se todos os cidadãos realmente a entenderem como sua própria tarefa. Então deixe-me dizer: É sério. Leve a sério, você também. Desde a Reunificação, ou melhor, desde a Segunda Guerra Mundial, nosso país não enfrentava um desafio que colocasse à prova de tal maneira a nossa ação solidária coletiva."

"A Alemanha tem um sistema de saúde excelente, talvez um dos melhores do mundo. Isso pode nos dar segurança. Mas nossos hospitais também ficarão completamente sobrecarregados se muitos pacientes com um caso grave de infecção por coronavírus forem internados num curto espaço de tempo."

"Eu tenho absoluta certeza de que vamos superar essa crise. Mas quão grande será o sacrifício? Quantos entes queridos vamos perder? Isso está, em grande parte, nas nossas próprias mãos. Nós podemos agora, decisivamente, reagir todos juntos. Nós podemos aceitar as restrições atuais e apoiarmo-nos uns aos outros."