Entre as décadas de 1960 e 1980, o governo francês decidiu repovoar o interior da França. E uma das formas foi levar cerca de duas mil crianças de famílias pobres da ilha da Reunião, um dos territórios ultramarinos franceses, localizado a leste da ilha de Madagascar.
O governo francês prometia uma educação e um futuro melhor a tais crianças. Mas, uma vez na França, essas crianças passaram a viver sob condições análogas à escravidão, submetidas a anos de trabalhos pesados e abusos. Passaram a infância e juventude trabalhando em lavouras em diversos departamentos da França, entre eles o de Creuse, no centro do país.
Em 2014, o governo francês reconheceu sua responsabilidade moral em relação aos abusos sofridos pelas chamadas "Crianças de Creuse". Mas não houve compensações. Durante anos, reivindicações foram indeferidas devido ao prazo prescricional.