O grande produtor do cinema alemão
Uma grande exposição no Museu do Cinema e Televisão em Berlim mostra a vida e a obra de Bernd Eichinger, o grande produtor do cinema alemão morto há dois anos.
Bernd Eichinger: tranquilo e bem-sucedido
Atitude tranquila, cigarro na boca, jaqueta jeans e um pôster de seu filme "Noites Violentas no Brooklyn" na parede. Bernd Eichinger personifica a permeabilidade da indústria cinematográfica e o sonho do sucesso em Hollywood, mesmo tratando de temas difíceis. Sua vida é mostrada através de fotos na exposição "...tudo é cinema", em cartaz no Museu do Cinema e Televisão em Berlim até 6 de outubro.
Começo na escola de cinema
Apesar de Eichinger ser conhecido como bem-sucedido produtor, ele iniciou sua carreira na Escola de Cinema de Munique, onde dirigiu diversos projetos. No seu filme de conclusão de curso, "Weihnachtsmärchen" (1974), ele também interpretou o papel principal. Anos depois, ele retornaria diversas vezes ao posto de diretor.
Primeiro sucesso internacional
Depois de concluir os estudos, Eichinger trabalhou como roteirista e produtor executivo. Com filmes menores, ele começou a produzir de forma independente. Ele despontou para o sucesso em 1981 com o drama "Eu, Christiane F., 13 Anos, Drogada e Prostituída". O astro David Bowie (foto) fez uma participação no filme, que se tornou um sucesso internacional.
Grande produtor alemão
A história de sucesso de Bernd Eichinger começou na Alemanha na década de 1980. Nunca nenhum produtor alemão gastou tanto dinheiro em projetos. Eichinger produziu filmes elaborados, como "A História Sem Fim" (1983), ao mesmo tempo em que fundou a Constantin Film, companhia que se estabeleceu como grande distribuidora na indústria cinematográfica.
Primeiro multiplex
Eichinger era viciado em trabalho e atuava em diversos campos dentro da indústria cinematográfica. Além de produtor e distribuidor, ele também gerenciava salas de cinema. Em 1991, ele inaugurou em Colônia o primeiro multiplex da Alemanha, o Cinedom, que por anos foi o maior do país. Eichinger mandou pintar nas paredes dos corredores famosas personalidades do mundo do cinema.
Sonho hollywoodiano
Muitos profissionais da indústria sonham com o sucesso em Hollywood. Bernd Eichinger foi um dos poucos alemães bem-sucedido nos Estados Unidos por um logo período de tempo. Já jovem, ele tentou a sorte nos Estados Unidos. Nem tudo o que pretendia deu certo. Até sua morte, ele manteve um escritório em Los Angeles.
Trabalho com grandes estrelas
Eichinger sempre conquistou grandes estrelas internacionais para suas produções. Em 1986, ele convenceu Sean Connery (foto) a fazer parte do filme "Em Nome da Rosa". A complexa versão do clássico literário se tornou um dos grandes filmes do produtor, que não agradou muito a crítica, mas foi um grande sucesso de público.
Senso para o sucesso
Eichinger também teve um grande impacto na indústria do cinema na Alemanha. Ele foi um dos responsáveis pela popularização da comédia no país na década de 1990. "O Homem Mais que Desejado", com o então desconhecido Til Schweiger, se tornou um dos maiores sucessos do produtor. Entretenimento leve, com um toque de humor grosseiro, e novas estrelas: a marca registrada de Eichinger.
Novos talentos
Ocasionalmente, Eichinger também dirigia alguns de seus projetos. O mais bem-sucedido foi a refilmagem do sucesso da década de 1950, "Das Mädchen Rosemarie" (1996). O filme chegou a colher elogios, já que Eichinger era, geralmente, condenado pelos críticos. Com o filme, ele provou, mais uma vez, ter um ótimo olho para novas estrelas. A obra revelou a então jovem Nina Hoss.
Indicação ao Oscar
Eichinger nunca ganhou um Oscar, mas foi indicado por "A Queda! As Últimas Horas de Hitler". O filme recebeu diversos prêmios na Alemanha, como o Bambi e o Jupiter. "A Queda" dividiu o público, com críticos e historiadores acusando a obra de ser superficial, o que não impediu que o filme se tornasse sucesso de bilheteria.
Reconhecimento artístico
A vida de Bernd Eichinger era um conflito: ele queria fazer dinheiro com seus filmes, mas também queria o reconhecimento dos críticos. Ele se aproximou disso em sua versão cinematográfica para o romance "Partículas Elementares", do francês Michel Houellebecq. O filme dirigido por Oskar Roehler (foto) é um estudo social que conta a história de dois irmãos e sua sexualidade perturbada.
Grande projeto
A adaptação do sucesso literário "Perfume" (2006) trouxe, mais uma vez, o reconhecimento internacional ao produtor. Dirigido por Tom Tykwer (na foto com Eichinger e a atriz Karoline Herfurth), o filme foi uma grande produção, com impressionantes cenários e figurinos elaborados. Eichinger também coescreveu o roteiro.
História alemã
O interesse de Eichinger pela história alemã é repetidamente refletido na escolha dos temas de seus filmes. Além de obras sobre a era nazista e o pós-guerra, ele colocou, em seus últimos anos de vida, muita energia na produção de "O Grupo Baader Meinhof" (2008). Os atores Moritz Bleibtreu e Johanna Wokalek (foto) interpretam os terroristas da RAF Andreas Baader e Gudrun Ensslin.
Reconhecimento tardio
Em 2010, Bernd Eichinger ganhou o Prêmio do Cinema Alemão pelo conjunto de sua obra, recebendo elogios tanto do público quanto da crítica. Depois da premiação, sua imagem pública mudou, e ele ganhou, cada vez mais, apreciação e respeito.
Retrospectiva de uma vida
Eichinger morreu aos 61 anos. Ele sofreu um ataque cardíaco durante um jantar em Los Angeles. Foi, definitivamente, uma grande perda para o cinema alemão. As diferentes fases da vida e do trabalho do produtor e diretor alemão podem ser vistas nas 350 peças expostas no Museu do Cinema e Televisão em Berlim até 6 de outubro.