O que a Europa tem pela frente em 2016?
31 de dezembro de 2015Como distribuir os recém-chegados entre os países-membros? Como integrá-los? Como isso tudo vai funcionar, diante dos problemas internos de uma União Europeia em que cada vez mais partidos populistas de direita ganham impulso – como na França, Polônia e Hungria?
São várias as perguntas que se impõem à UE em 2016, e que a Holanda e a Eslováquia – na presidência rotativa do Conselho Europeu no primeiro e segundo e segundo semestres, respectivamente – estarão encarregadas de ajudar a responder.
A situação econômica da Grécia também permanece entre os assuntos centrais. Os países da zona do euro encaminharam a Atenas o terceiro pacote de resgate – sob determinadas condições. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, já iniciou diversas reformas, e os credores estão cautelosamente otimistas.
De olho no Leste
Em setembro, os olhares se voltam para o Leste Europeu: é época de eleições parlamentares na Rússia. Vários grupos oposicionistas pretendem se unir contra o presidente Vladimir Putin, para conquistar postos na Duma. Entre eles está o Partido do Progresso, do blogueiro Alexei Navalny. A Ucrânia também observará o pleito com atenção, pois as crises em torno da anexação da Crimeia e, sobretudo, no leste do país estão longe de uma solução.
O tema Ucrânia igualmente ocupará a Otan em 2016. Em 8 e 9 de julho, ela se reúne em cúpula na capital polonesa, Varsóvia, com o fim expresso de coordenar os diferentes interesses dentro da Aliança Atlântica.
Os Estados-membros do Leste Europeu, entre eles a anfitriã Polônia, desejam uma política de dissuasão e defesa mais rigorosa em relação à Rússia. Os EUA estão interessados em preservar a unidade dentro da organização. Os Estados do sul, como a Turquia, querem evitar que o foco se desloque excessivamente em direção ao Leste. Isso é compreensível, considerando-se a situação geopolítica turca, como vizinha da Síria e do Iraque.
Cultura e religião
A Polônia tem destaque em 2016 entre os temas europeus "menos sérios". A Capital Cultural Europeia será Wroclaw. Entre as numerosas inovações que a cidade à margem do Rio Oder tem para oferecer, está o recém-inaugurado Museu Nacional da Música.
Cerca de 200 quilômetros mais a sudeste, em Cracóvia, transcorre na última semana de julho a 31ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O tema do evento católico é "misericórdia", em consonância com o Ano Santo proclamado pelo papa Francisco. Muitos poloneses esperam com ansiedade pela visita do pontífice aos locais de atuação de seu antecessor, João Paulo 2º. O polonês santificado em abril de 2014 é o patrono da JMJ.
Entre os eventos culturais de grande escala, destaca-se mais uma vez o Festival Eurovisão da Canção. Como o vencedor deste ano foi sueco Mans Zelderlof (Heroes), a próxima final será em Estocolmo, em 14 de maio. Com 43 países participantes, este será o maior Eurovisão de todos os tempos. A Ucrânia retorna à cena após um ano de pausa, devido à crise política nacional. E, como no ano passado, a Austrália volta a se apresentar no concurso, embora só na semifinal.
Marte e futebol
Em 14 de março, o mundo da ciência estará de olhos pregados no firmamento. É o início da longamente esperada missão euro-russa Exo-Mars,com o lançamento de uma sonda destinada a Marte. A Trace Gas Orbiter (TGO) parte do centro espacial Baikonur, no Cazaquistão. Em 2018 deve seguir-se um veículo de exploração espacial (rover).
E também os fãs do esporte têm bons motivos para esperar por 2016. Em 10 de junho, na França, será dada a partida para a Eurocopa. Trata-se de um torneio dos superlativos, envolvendo o número recorde de 24 seleções. Os favoritos são o país anfitrião e a Alemanha.
Após os atentados terroristas de Paris, porém, muito estará sob o signo da cautela. O local da final é o Stade de France em Saint Denis – ou seja, um dos pontos visados pelos terroristas em 13 de novembro de 2015. O desafio para os organizadores franceses será, então, impedir que preocupações de segurança obscureçam o evento esportivo.