Obama requer 1,8 bilhão de dólares para combate ao zika
8 de fevereiro de 2016O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pedirá ao Congresso americano 1,8 bilhão de dólares para um fundo de emergência de combate ao vírus zika, anunciou a Casa Branca, em comunicado, nesta segunda-feira (08/02).
O fundo será usado para a expansão de programas de combate ao mosquito Aedes aegypti, de desenvolvimento de uma vacina contra o vírus e de testes para o diagnóstico da doença, além de incrementar o apoio a mulheres grávidas de baixa renda. A maior parte desses recursos será aplicada nos Estados Unidos.
"O que sabemos até agora é que aparentemente há um risco significativo para gestantes e mulheres que desejam engravidar", disse Obama em entrevista transmitida nesta segunda-feira pela emissora americana TV CBS. "A boa notícia é que ele não é como o ebola, as pessoas não morrem de zika."
Na maioria dos 50 casos de infecção registrados nos Estados Unidos, a doença foi contraída no exterior. Por outro lado, autoridades sanitárias americanas confirmaram um caso de transmissão por via sexual.
Ainda o enigma da microcefalia
Segundo a Casa Branca, com a aproximação da primavera e do verão, os EUA precisam se preparar para a transmissão local do vírus. Mas Obama ressalvou que não há motivo para pânico.
O governo americano destinará cerca de 335 milhões de dólares do fundo aos países latino-americanos atingidos pelo surto. Os recursos seriam investidos em treinamento de profissionais de saúde, na pesquisa e para garantir às gestantes o acesso a repelentes.
O vírus tem sido associado ao nascimento de bebês com microcefalia e a casos da síndrome de Guillain-Barré. Estima-se que 80% das pessoas infectadas com o zika não apresentem sintomas como dores no corpo, febre amena e erupções cutâneas. No começo de fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência internacional por microcefalia.
A agência europeia reguladora de medicamentos anunciou nesta segunda-feira que formou um grupo de trabalho de especialistas no zika, a fim de incentivar as empresas do ramo a desenvolverem uma vacina e medicamentos contra o vírus.
O Brasil é o país mais afetado pelo surto. Estima-se que 1,5 milhão de pessoas contraíram o zika. O país investiga, ainda, mais de 4 mil casos de suspeita de microcefalia.
CN/rtr/ap/lusa