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Violência na Síria

2 de agosto de 2011

Mais de 110 pessoas morreram após três dias da presença do Exército na cidade oposicionista, calculam ativistas. Conselho de Segurança volta a debater a situação na Síria.

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Tanques em HamaFoto: APTN/AP/dapd

O número de mortos em Hama subiu nesta terça-feira (02/08), terceiro dia da presença das tropas do Exército sírio, que tenta reforçar o controle sobre a cidade. Segundo informações divulgadas na internet por ativistas, mais cinco pessoas morreram. Atiradores estariam posicionados em várias partes da cidade e os moradores estariam apreensivos com relação a uma possível intensificação da ocupação militar.

Ao menos 24 pessoas foram mortas em todo o país na última segunda-feira, segundo testemunhas e ativistas de direitos humanos. Em Hama, dez sírios morreram quando militares atuaram com violência para dispersar protestos de massa que começaram após o Iftar, a refeição noturna do primeiro dia do Ramadã (mês de jejum ritual entre os muçulmanos).

No domingo, quando as forças de segurança ocuparam partes de Hama, outras 100 já haviam perdido a vida na cidade devido à ação das tropas do presidente Bashar al-Assad, calculam os ativistas.

Rússia já considera resolução

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Assad proibiu a presença de mídia estrangeira no paísFoto: AP

Nesta terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU iniciou uma segunda rodada de debates sobre a situação na Síria. O órgão está sob crescente pressão internacional para tomar uma posição em relação ao país.

Um passo importante nesse sentido foi dado. A Rússia, que inicialmente havia se posicionado contra uma resolução da ONU, recuou e disse nesta terça-feira que não vai se opor – desde que sejam evitadas "sanções e outras pressões". Aliados de longa data da Síria, os russos ocupam um dos cinco assentos permanentes do Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto.

Observadores afirmam que a mudança de posicionamento da Rússia poderá abrir as portas para uma possível resolução das Nações Unidas condenando a violência na Síria.

Os últimos registros de violência no país fizeram com que a Itália chamasse de volta nesta terça-feira seu embaixador em Damasco. Outros países da União Europeia, porém, não devem seguir o governo italiano na decisão, evitando assim enviar um sinal tão forte de desaprovação ao governo sírio.

Reino Unido, França, Alemanha e Portugal (os países europeus no Conselho de Segurança) defendem a aprovação de uma resolução formal condenando a violência no país de Assad.

Dificuldade de informação

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Imagem de TV mostra fumaça sobre Hama nesta segundaFoto: picture alliance/dpa

Manifestantes intensificaram os protestos por reformas políticas no país desde março passado e haviam prometido ir às ruas durante todas as noites do mês sagrado do Ramadã. De acordo com defensores locais dos Direitos Humanos, mais de 1.500 civis e 350 militares foram mortos desde o início dos confrontos na Síria.

As informações divulgadas pela internet têm sido fundamentais para se ter uma ideia da situação na região, uma vez que Assad proibiu a entrada no país da mídia estrangeira e de grupos de Direitos Humanos.

As fontes oficiais de notícias vêm divulgando informações bem diferentes das relatadas pelos manifestantes. Segundo a agência pública Sana, centenas de homens armados mascarados usando motocicletas teriam invadido o Palácio da Justiça na área de al-Sharea e teriam ateado fogo em alguns departamentos e praticado vários atos de sabotagem.

O governo afirma que se trata de gangues armadas financiadas pelo Ocidente e por alguns países árabes.

MS/dpa/afp/dapd/rts
Revisão:
Alexandre Schossler