ONG de SP recebe Prêmio da Paz de Aachen, da Alemanha
11 de dezembro de 2020O Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos (CGGDH), de São Paulo, recebeu nesta quinta-feira (10/12) o Prêmio da Paz de Aachen, distinção alemã voltada ao reconhecimento de iniciativas de luta pelos direitos humanos. Ao lado da ONG brasileira, também foi premiado o padre francês Pére Antoine Exelmans, defensor de refugiados em Ujda, na fronteira entre o Marrocos e a Argélia.
Batizada em homenagem ao padre espanhol e ativista dos direitos humanos Gaspar Garcia Laviana, morto na Nicarágua em 1978, a entidade brasileira atua desde 1988 junto a pessoas de baixa renda. A cada ano, a entidade fornece apoio sociopsicológico a cerca de 500 moradores de rua de São Paulo.
Com um total de 20 funcionários, o CGGDH já salvou mais de 13 mil famílias em condições de vida precárias de despejos forçados nos últimos anos, destacou a associação Aachener Friedenspreis, que organiza do evento.
"A entrega do Prêmio da Paz de Aachen ao CGGDH lança luz sobre a desigualdade social e as violações dos direitos humanos", diz um comunicado no site da premiação. "As consequências são visíveis todos os dias em São Paulo e o CGGDH está lutando contra isso de forma exemplar. O prêmio tem o objetivo de expressar apreço pelo trabalho de direitos humanos e incentivar o CGGDH em seus processos de gestão de conflitos e diálogo com os tomadores de decisão."
Recebeu o prêmio em nome do CGGDH o advogado Benedito Roberto Barbosa, de 60 anos, engajado na defesa de comunidades, favelas e ocupações ameaçadas de remoções forçadas ou reintegrações de posse, além de trabalhadores ambulantes. Ele também atua como advogado na União dos Movimentos de Moradia de São Paulo (UMM-SP) e é coordenador municipal da Central dos Movimentos Populares (CMP).
Concedido pela primeira vez em 1988, o Prêmio da Paz de Aachen costuma ser concedido anualmente no dia 1º de setembro, dia internacional contra a guerra, na cidade alemã de Aachen. Em 2020, contudo, por conta da pandemia de coronavírus, a premiação foi adiada para 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, e celebrada exclusivamente online.
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