ONU alerta para catástrofe humanitária no Sudeste Asiático
12 de maio de 2015A ONU afirmou nesta terça-feira (12/05) que, se os países do Sudeste Asiático não tomarem medidas urgentes para lidar com o fluxo de refugiados, a região poderá estar diante de uma catástrofe humanitária de larga escala.
"Milhares de migrantes, muitos deles com fome e doentes, estão morrendo afogados em botes no Sudeste Asiático, e os governos precisam resgatá-los", afirmou a agência das Nações Unidas para refugiados (Acnur).
Indonésia e Malásia se tornaram, nos últimos meses, o principal destino de migrantes provenientes de Bangladesh e Mianmar. O motivo foi o aumento da repressão ao tráfico humano na Tailândia, antes primeira opção dos refugiados na região.
Grande parte dos refugiados é da etnia rohingya, povo muçulmano de Mianmar descrito pela ONU como uma das minorias mais perseguidas do mundo.
O Acnur estima que 25 mil pessoas estiveram a bordo das precárias embarcações dos traficantes de pessoas nos últimos três meses. A quantidade é duas vezes maior do que no mesmo período de 2014.
A maioria desembarcou na Tailândia, onde são mantidas em acampamentos na selva pelos traficantes até que suas famílias paguem um resgate. Porém, após a repressão iniciada pelas autoridades tailandesas, os contrabandistas estão fazendo com que os imigrantes permaneçam nas embarcações em alto mar.
"Existem até 8 mil pessoas no mar, das quais mais de mil chegaram à terra", afirmou Joe Lowry, porta-voz da Organização Internacional para a Migração.
Só no último fim de semana, três botes, com mais de mil pessoas a bordo, chegaram à ilha malaia de Langkawi, perto da Tailândia. Nesta terça-feira, o vice-ministro do Interior, Wan Junaidi Tuanku Jaafar, disse que não há infraestrutura na Malásia para lidar com as chegadas.
"É a primeira vez que há tamanho fluxo de pessoas chegando ao país. Temos lugar nos centros de detenção agora, mas é insuficiente", afirmou Jaafar.
Segundo a imprensa local, Malásia e Indonésia estão planejando construir novos centros de detenção e erguer campos de refugiados para lidar com o problema. O governo malaio, porém, afirmou que, a não ser que barcos estejam afundando, vai enviar de volta os migrantes a Bangladesh.
RC/rtr/ap/dpa