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Problema do lixo plástico depende de você

Kommentarbild Sonya Diehn
Sonya Angelica Diehn
5 de junho de 2018

Dia Mundial do Meio Ambiente enfoca poluição plástica e mostra serem cada vez mais os que têm consciência do problema. Mas não haverá solução sem iniciativa própria, opina a editora de meio ambiente da DW, Sonya Diehn.

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Tartaruga marinha tenta comer sacola plástica em Portugal
Tartaruga marinha tenta comer sacola plástica em PortugalFoto: picture-alliance/Photoshot

Muitos parecem estar acordando para a questão global da poluição plástica, foco da edição deste ano do Dia da Terra, em abril. O combate à degradação pelo plástico também é tema do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta terça-feira (05/06).

A infeliz recente morte de uma baleia na Tailândia fornece uma ilustração oportuna do problema. O animal morreu com 80 sacos plásticos no estômago, que o impediram de se nutrir o suficiente para sobreviver. Assim como inúmeros outros animais marinhos, a baleia teve uma morte lenta e dolorosa devido a nossos hábitos de consumo.

Mas o problema do plástico e as imagens perturbadoras que o acompanham não são novidade. Já em 2016, cientistas alertavam que, se as tendências atuais continuassem, até 2050 teríamos mais plástico que peixes em nossos oceanos.

Apesar de proibições de sacos plásticos em alguns países africanos e da interdição planejada de outros itens plásticos descartáveis na União Europeia, a triste verdade é que o mundo provavelmente ainda está bem longe de atingir um "pico do plástico".

Sonya Angelica Diehn chefia a equipe de Meio Ambiente da DW
Sonya Angelica Diehn chefia a equipe de Meio Ambiente da DWFoto: DW/M. Müller

Se as tendências atuais se mantiverem, haverá cerca de 12 bilhões de toneladas de lixo plástico no nosso meio ambiente até 2050, o dobro da quantidade atual. Uma mudança da situação da poluição pelo plástico só vai acontecer da mesma forma como outras viradas ambientais até agora: pela pressão pública conjunta.

Décadas atrás, o uso de pesticidas altamente tóxicos como o diclorodifeniltricloroetano, ou DDT, só foi proibido depois que a opinião pública tomou consciência dos riscos e pressionou por uma interdição. Da mesma maneira, o colossal problema da poluição atmosférica está sendo tratado pela priorização governamental do setor da saúde pública e pelo controle dos poluentes perigosos.

Em termos de problemas ambientais, o plástico tem a vantagem de ser algo tangível, físico. Essa visibilidade contra entre as razões pelas quais a questão finalmente está se tornando um assunto dominante. A série de documentários Planet Earth II, narrada pelo naturalista David Attenborough, está entre as produções midiáticas que divulgam o assunto.

Pode-se até dizer que a preocupação com a poluição plástica se tornou uma moda. Mas será que o ímpeto crescente em torno do problema pode ser instrumentalizado para transformar essa tendência numa mudança real? Bem, isso depende de você.

A sensibilização é um primeiro passo positivo e necessário, mas depois é hora de agir. Os consumidores não precisam apenas mudar seu comportamento para reduzir o plástico descartável. Eles também precisam sinalizar que se preocupam com o problema e querem que o sistema mude.

Da mesma forma, as empresas terão que fazer sua parte, lançando produtos e modelos alternativos para permitir o florescimento de uma sociedade de baixo uso de plástico, que possa continuar fruindo das conveniências modernas. De fato, muitas empresas estão preparadas para abraçar a bioeconomia.

Mas, em última instância, cabe aos governos criar estruturas que tornem a mudança possível. E cabe a nós exigi-lo. Você está pronta/o a mudar seus próprios hábitos e a cobrar o seu governo para fazer dessa uma mudança sistêmica?

Até lá, continuaremos nos afogando em nosso próprio lixo.

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