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O mundo pode se proteger melhor de desastres naturais

Judith Hartl (md)13 de novembro de 2013

Nunca um tufão causou tanta destruição como o Haiyan. Não é possível evitar que tais fenômenos ocorram, mas é necessário criar estratégias para uma melhor proteção. A redatora de meio ambiente Judith Hartl comenta.

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Tufões são velhos conhecidos dos filipinos. A cada ano, pelo menos 20 dessas tempestades tropicais varrem as ilhas do país, e os habitantes já aprenderam a conviver com o fenômeno. Mas com o Haiyan foi diferente. Um supertufão dessa magnitude provavelmente nunca aconteceu no lugar nem em qualquer outra parte do mundo. Com ventos de até 350 quilômetros por hora, ele varreu aldeias e cidades, deixando um rastro de destruição.

E não há como condenar as autoridades locais. Muitas casas na região são mal construídas, mas um desastre natural dessa magnitude também teria destruído ou pelo menos danificado seriamente construções à prova de tempestade da Europa Central. O sistema de alerta precoce também funciona muito bem nas Filipinas, assim como o sistema de proteção civil. Sem as medidas preventivas que foram tomadas, a catástrofe teria sido muito pior.

Deutsche Welle Judith Hartl
Judith Hartl, jornalista da Deutsche Welle especializada em ciência e meio ambienteFoto: DW

No entanto, os países regularmente atingidos por furacões têm que encontrar novas formas de refletir e decidir como se preparar para o futuro. Isso se aplica a nações asiáticas – como as Filipinas, a Índia, o Japão e Bangladesh –, mas também às áreas de furacões, como EUA, México e Caribe. É possível que a frequência dos furacões não aumente necessariamente no futuro, mas com certeza eles serão mais extremos e mais violentos.

Embora não possam afirmá-lo com absoluta segurança, os cientistas suspeitam que o fenômeno esteja relacionado às mudanças climáticas. Mas o que sabemos é que a temperatura dos mares vem subindo. E quanto mais quente o oceano fica, mais violentamente giram as massas de ar nos tornados em formação, e mais vapor eles absorvem.

Nós, humanos, não podemos evitar tais desastres naturais, mesmo com arbitrárias metas de redução do aquecimento global em 2 graus centígrados, como vem se debatendo há anos nas cúpulas climáticas. Mas podemos nos proteger melhor e desenvolver algumas estratégias de adaptação como, por exemplo, sistemas mais elaborados de aviso prévio e de evacuação da população. Ou uma melhor proteção costeira, com diques mais altos e melhores instalações de drenagem em regiões costeiras baixas.

Além disso, os países constantemente afetados por furacões devem se perguntar se não seria o caso de despovoar, ou pelo menos reduzir sensivelmente a população das regiões mais expostas. Por fim, substituindo as onipresentes monoculturas, uma economia florestal saudável, com uma cultura mista de árvores mais resistentes, poderia conter os vendavais de forma mais eficiente e, assim, proteger muito melhor os habitantes. O assunto deveria ser tema de pauta e de negociações na atual cúpula do clima da ONU, que transcorre em Varsóvia.