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Os trunfos dos semifinalistas da Liga dos Campeões

Guilherme Becker23 de abril de 2015

Maior competição de clubes de futebol entra na reta final. Conheça as principais armas de Bayern de Munique, Juventus, Real Madrid e Barcelona para chegar à decisão de 6 de junho, no Estádio Olímpico de Berlim.

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Fußball UEFA Champions League Pokal
Foto: picture-alliance/dpa/J.-C. Bott

Se números, tradição, camisa, estádio e torcida ganhassem jogo, a Liga dos Campeões deste ano terminaria empatada. Na semifinal, estão quatro dos maiores clubes da Europa: Bayern de Munique, Juventus, Real Madrid e Barcelona.

Esses quatro gigantes têm, juntos, 21 títulos de Liga dos Campeões. O Real lidera, com dez, seguido do Bayern, com cinco. O Barcelona tem quatro. E a Juventus, dois. É, sem dúvida, uma das semifinais mais pesadas da história.

Juventus e Barça, por exemplo, somam ao todo sete finais da competição, que começou em 1955. O Real tem 13. E o Bayern, dez. Somando as Copas do Mundo conquistadas pelos três países participantes, são nove títulos — quatro da Alemanha, quatro da Itália, um da Espanha.

Nesta 59ª edição, as campanhas também se assemelham, com a Juventus um pouco atrás no número de vitórias (seis), mas com o mesmo número de derrotas que o Bayern: duas. A melhor trajetória é do Barcelona, que soma um triunfo a mais do que o Real Madrid: nove a oito.

Barcelona: 9 vitórias, nenhum empate, uma derrota. Gols marcados: 23. Gols sofridos: 7.

Real Madrid: 8 vitórias, um empate, uma derrota. Gols marcados: 22. Gols sofridos: 6.

Bayern: 7 vitórias, um empate, duas derrotas. Gols marcados: 30. Gols sofridos: 8.

Juventus: 6 vitórias, dois empates, duas derrotas. Gols marcados: 13. Gols sofridos: 8.

Juventus e a tradição

Com a pior campanha entre os quatro, foi o time que menos marcou gols e, junto com o Bayern, o que mais sofreu. Tem uma equipe forte – ao mesmo tempo experiente, jovem e técnica, que joga de forma compacta e à espera de erros adversários.

O goleiro é Buffon. Na defesa, tem os italianos Chiellini e Bonucci, o uruguaio Cáceres (recupera-se de lesão) e, pela esquerda, o francês Evra. No meio, Pogba, revelação francesa no último Mundial (também lesionado), Marchisio, o talentoso Pirlo e o chileno Vidal, coração e pulmão do setor. No ataque, Tévez.

Buffon é segurança e experiência no gol da Juventus
Buffon é segurança e experiência no gol da JuventusFoto: Reuters/E. Gaillard

Não à toa, esse time ruma tranquilamente para o tetracampeonato italiano. A sete rodadas do fim, lidera com folga de 15 pontos sobre a Lazio. E está aí um dos grandes trunfos da equipe: a possibilidade de escalar reservas no Campeonato Nacional e dar a oportunidade aos titulares de descansar.

A Juve reaparece no continente depois de ter sido punida com rebaixamento devido a um escândalo de armação de resultados. Desde 2003, não chegava tão longe — na ocasião, perdeu a final para o Milan. Neste ano, eliminou Borussia Dortmund (oitavas) e Monaco (quartas de final). Campeã em 1985 e 1996, tende a ter dificuldades, mas, fechada e certeira, pode buscar o tricampeonato.

Barcelona não é só o ataque

Há quem diga que o que leva o Barcelona a ter uma pontaria tão hábil é o trio sul-americano Messi-Neymar-Suárez. Competência, precisão, velocidade, técnica e habilidade não lhes faltam. Mas o Barça também tem um meio e uma defesa sólidos, que facilitam as coisas para os três atacantes — e atacam junto a eles.

Nas oitavas e quartas de final, eliminou, respectivamente, dois ótimos times: Manchester City e Paris Saint-Germain. Busca o pentacampeonato em meio à disputa acirrada pelo título espanhol. Hoje, o Barça lidera La Liga com dois pontos de vantagem sobre o maior rival, o Real Madrid: 78 a 76.

Junto a Messi, Suárez (E) e Neymar formam ataque forte
Junto a Messi, Suárez (E) e Neymar formam ataque forteFoto: Getty Images/AFP/M. Bureau

Time veloz e de troca de passes precisa, com movimentação intensa desde a defesa, com Piqué, Mascherano e Jordi Alba, passando pelo meio — Iniesta, Rakitic, Busquets, Xavi —, o Barcelona tem na marcação sob pressão, desde o ataque, na compactação e na saída rápida para o setor ofensivo suas melhores armas para avançar à decisão.

Real Madrid: lesões que atrapalham

Time de muita técnica e força, o Real Madrid busca sua 14ª final de Liga dos Campeões. Chegou à semifinal depois de eliminar Schalke 04 e Atlético de Madri — este último aos 42 do segundo tempo. Tem na agilidade e na habilidade do português Cristiano Ronaldo, do mexicano Chicharito Hernandez e do colombiano James Rodríguez algumas de suas principais qualidades.

O meio é forte. Contra o Atlético, por exemplo, o técnico Carlo Ancelotti escalou Sergio Ramos na primeira função, com Kroos ora pelo lado direito, ora centralizado, com liberdade para se movimentar. Isco jogou mais à esquerda, com James Rodríguez próximo a Cristiano Ronaldo e Chicharito. O Real criou, mas, ainda assim, penou para marcar contra um rival muito bem postado. Conseguiu o gol da vaga depois que o Atlético teve um jogador expulso.

Apesar das lesões, Real tem elenco para avançar à final
Apesar das lesões, Real tem elenco para avançar à finalFoto: Reuters/J. Medina Livepic

O problema para a semifinal está em dois fatores: o primeiro é a disputa direta com o Barcelona pelo Campeonato Espanhol. Isso pode desgastar os jogadores antes da partida de volta. Segundo, as lesões. Alguns dos principais jogadores do time estão no departamento médico. O meia-atacante galês Gareth Bale até pode voltar. O lateral-esquerdo brasileiro Marcelo também deve estar recuperado. Mas o meia croata Modric e o atacante francês Benzema dificilmente estarão em condições de jogo.

Bayern e o trunfo de Guardiola

A exemplo do Real, o Bayern de Munique também chega à semifinal preocupado com lesões. Tamanho número de jogadores contundidos levou ao afastamento da equipe médica depois que Guardiola insinuou a um repórter que perguntasse para o departamento, e não para ele, por que o Bayern tinha tantos machucados.

Os defensores Benatia, Alaba, Badstuber e Bernat, os meio-campistas Schweinsteiger, Javi Martínez e Ribéry, além do atacante Robben, todos estão no departamento médico. Se poderão jogar a semifinal? A princípio, Bernat e Schweinsteiger devem estar à disposição.

Só que o Bayern tem um grupo tão forte e qualificado técnica e taticamente, que, quando precisou reverter um complicado 3 a 1, diante do Porto, ganhou por seis, de forma tranquila, imprimindo velocidade no meio e na frente, com pressão na saída de bola adversária, em um 4-3-3 compacto e ofensivo. O meio-campo teve Xabi Alonso, Lahm e Tiago Alcântara; e o ataque, Götze, Müller e Lewandowski. Não é pouco.

Guardiola conversa com Boateng: Bayern de Munique é sério candidato do título pela força do grupo
Guardiola conversa com Boateng: Bayern de Munique é sério candidato do título pela força do grupoFoto: Getty Images/Bongarts/L. Baron

Eis aí o trunfo de Guardiola em relação aos demais técnicos: aparentemente, o grupo do clube bávaro é mais homogêneo que os demais. Saem uns, entram outros, muda-se o esquema, e o time segue jogando com naturalidade e precisão. Além disso, Guardiola é espanhol e jogou na Itália (Brescia e Roma). Conhece bem os adversários.