Otan cogita reação a ameaça nuclear russa
1 de setembro de 2017A Otan está cogitando uma expansão de seu arsenal de dissuasão nuclear por causa da Rússia, noticiou a imprensa alemã nesta sexta-feira (01/09). A proposta consta num total de 39 opções listadas em um documento estratégico até então secreto, citado pelo jornal Süddeutsche Zeitung e pelas emissoras WDR e NDR.
O documento teria sido enviado aos Estados membros da Aliança. No texto, a Otan avalia possíveis reações para o caso de a Rússia desrespeitar um acordo de desarmamento sobre mísseis nucleares de médio alcance.
O chamado Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês) firmado em 1987 pelos EUA e a União Soviética é considerado um marco da política internacional de desarmamento nuclear. Ele proíbe, entre outras coisas, a produção e posse de mísseis nucleares terrestres com alcance entre 500 e 5.500 quilômetros. Há tempos, os EUA acusam a Rússia de não respeitar o acordo.
De negociações a ataque aéreo
O documento da Otan citado pela imprensa alemã recomenda amplas ofertas de negociações à Rússia. No entanto, também há recomendações para instalar mais sistemas de alerta, fortalecer a defesa submarina e empregar bombardeiros B-2 e B-52 mais frequentemente na Europa. Também são citadas ideias para aumentar a prontidão operacional das frotas europeias aptas a lançar bombas atômicas.
Um porta-voz da Otan não quis confirmar a existência do documento nem dizer quem o poderia ter criado. Ele apenas confirmou que já havia discussões formais dentro da Aliança sobre o cumprimento do tratado INF e possíveis implicações de política de segurança para a Otan.
Também não se sabe se as acusações dos EUA contra a Rússia são apoiadas por todos os outros 28 países-membros da Aliança. O porta-voz da Otan afirmou que essa questão deve ser respondida pelos respectivos governos, o que sugere que pode não existir uma clara unidade dentro da Otan sobre o assunto.
Uma reação da Aliança a possíveis violações do acordo também exigiria uma decisão por consenso. A Rússia, por sua vez, também acusa os EUA de violarem o INF.
MD/dpa/ots