1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Otan criará mais quatro batalhões no Leste Europeu

Alistair Walsh
24 de março de 2022

Aliança decide reforçar força militar no flanco leste por conta da invasão russa da Ucrânia e ativa mecanismos de defesa química e nuclear. Ucrânia receberá mais apoio. Líderes dos países membros reuniram-se em Bruxelas.

https://p.dw.com/p/490Bw
Foto coletiva com os líderes da Otan
Otan decide ampliar ajuda à Ucrânia, mas dentro de limites para evitar que conflito se amplie para uma guerra total na EuropaFoto: Eric Lalmand/BELGA/dpa/picture alliance

Líderes de países da Otan reunidos em Bruxelas nesta quinta-feira (24/03) decidiram reforçar as capacidades de defesa da aliança militar, diante da invasão russa na Ucrânia, que já dura um mês e não dá sinais de se aproximar de um fim.

Uma das medidas anunciadas após a reunião é estabelecer quatro novos batalhões da Otan no Leste Europeu, compostos por militares de diversos países da aliança, que ficarão estacionados na Bulgária, na Hungria, na Romênia e na Eslováquia.

Esses batalhões se somarão a outros quatro já em atividade no Leste Europeu, na Polônia, na Estônia, na Letônia e na Lituânia.

Os líderes emitiram uma declaração conjunta condenando a invasão russa da Ucrânia, dizendo que ela havia "abalado a paz na Europa". O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também participaram do encontro.

Nesta quarta, líderes do G7 e da União Europeia também realizam reuniões em Bruxelas para tratar da invasão russa da Ucrânia.

40 mil soldados no flanco leste

Desde o início da guerra na Ucrânia, a Otan vem ativando estratégias de defesa e já havia mobilizado parte de sua força de resposta. A aliança conta no momento com 40 mil militares estacionados no Leste Europeu, segundo comunicado divulgado após a reunião.

"À luz da mais grave ameaça à segurança euro-atlântica em décadas, também fortaleceremos significativamente a nossa capacidade de dissuasão e defesa a longo prazo, e desenvolveremos a gama de forças e capacidades necessárias para manter a confiabilidade da dissuasão e da defesa", disseram os líderes.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou que o comando militar da aliança ativou seus mecanismos de defesa química e nuclear. Ele disse que a Otan está cada vez mais preocupada que a Rússia esteja tentando criar um pretexto para realizar um ataque desse tipo contra a Ucrânia.

Mais apoio à Ucrânia 

Stoltenberg disse também que os membros da Otan estão "equipando a Ucrânia com suprimentos militares significativos, incluindo sistemas antitanque e de defesa aérea e drones, que estão se mostrando altamente eficazes, assim como uma ajuda financeira e humanitária substancial".

"Hoje concordamos em fazer mais, incluindo assistência de segurança cibernética e equipamentos para ajudar a Ucrânia a se proteger contra ameaças biológicas, químicas, radiológicas e nucleares", acrescentou.

O chefe da Otan prometeu também mais apoio a outros países que enfrentam ameaças da Rússia, como a Geórgia e a Bósnia.

Questionado sobre se a Otan forneceria à Ucrânia a lista de armas e equipamentos solicitados pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, Stoltenberg disse que os membros da aliança já estão fornecendo armas e equipamentos, mas, "ao mesmo tempo, temos a responsabilidade de evitar que este conflito se torne uma guerra total na Europa".

Mensagem à China

Os líderes da Otan também conclamaram a China a não apoiar a Rússia nem ajudar Moscou a contornar as sanções internacionais.

"Exortamos todos os Estados, incluindo a República Popular da China, a manterem a ordem internacional, incluindo os princípios de soberania e integridade territorial, como consagrado na Carta das Nações Unidas, a se absterem de apoiar o esforço de guerra da Rússia de qualquer forma e a se absterem de qualquer ação que ajude a Rússia a contornar as sanções", diz a declaração conjunta.

A reunião desta quinta-feira também decidiu prorrogar o mandato do secretário-geral da Otan por um ano, até 30 de setembro de 2023. O mandato de Stoltenberg, ex-primeiro-ministro da Noruega, tinha expirado em setembro. É a segunda vez que seu mandato é prorrogado desde que foi nomeado, em outubro de 2014.