Afeganistão
26 de janeiro de 2007A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) reuniu-se nesta sexta-feira (26/01), em Bruxelas, tendo em vista intensificar a coordenação entre a ação civil e militar no Afeganistão. O encontro foi convocado pela secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice, visando aplicar as decisões tomadas na cúpula da aliança militar em Riga, em novembro do ano passado, e fazer frente à ameaça do aumento da violência talibã.
Em sua visita a Bruxelas na última semana, o secretário norte-americano da Defesa, Robert Gates, advertira haver indícios de que os talibãs planejam uma nova ofensiva na próxima primavera européia. Para fazer frente a ela, a Otan precisa de uma ofensiva própria, de natureza política, econômica, diplomática e também militar, acentuou agora a secretária de Estado perante o Conselho da aliança.
Aumento de recursos
Condoleezza Rice anunciou um pacote de ajuda de seu país ao Afeganistão para os próximos dois anos no valor de 10,6 bilhões de dólares. "E nós precisamos ainda de mais soldados lá, dispostos a lutar", instou. Daí a decisão dos Estado Unidos de manter no país 3200 soldados por quatro meses a mais do que o planejado.
O ministro alemão do Exterior, Frank-Walter Steinmeier, anunciou após a reunião que o governo e o Parlamento decidirão "em breve" sobre o envio de aviões de reconhecimento do tipo Tornado. O quartel-general da Otan havia feito um pedido oficial neste sentido a Berlim já em dezembro, através de fax, provocando polêmica na Alemanha.
Até o momento, o mandato das Forças Armadas Alemãs (Bundeswehr) no Afeganistão restringe-se ao norte do país, onde a situação é bem mais tranqüila do que no sul.
Com um saldo de quatro mil mortos, 2006 foi o ano de maior violência no Afeganistão, desde que os Estados Unidos derrubaram o regime talibã em 2001.
O outro grande tema em debate na Otan foi a situação na província sérvia de Kosovo, de maioria albanesa, onde a Otan mantém a segurança desde 1999 com cerca de 16 mil soldados.