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Padilha volta à Berlinale com filme sobre avião sequestrado

Fernanda Azzolini
15 de fevereiro de 2018

Com um Urso de Ouro no currículo por "Tropa de Elite", cineasta exibe "7 dias em Entebbe" na mostra principal do Festival de Cinema de Berlim. Evento conta com 12 produções brasileiras.

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7 Days in Entebbe
"7 Dias em Entebbe" é protagonizado por Rosamund Pike e Daniel BrühlFoto: Liam Daniel

Em 2008, um filme sobre a violência urbana no Rio de Janeiro e as ações do Bope dava a José Padilha o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim. Dez anos depois, o diretor de Tropa de elite volta à Berlinale, com 7 dias em Entebbe, um longa baseado em fatos reais que retrata o sequestro de um avião em 1976.

José Padilha
Josá Padilha mora atualmente nos Estados UnidosFoto: Liam Daniel

O jato da Air France que voava de Tel Aviv para Paris foi sequestrado por três integrantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina e das Células Revolucionárias da Alemanha. Os sequestradores exigiam a libertação de 53 terroristas presos em Israel. Depois de pousarem no Aeroporto Internacional de Entebbe, em Uganda, teve início uma operação complexa que durou uma semana e terminou com o resgate dos reféns.

Desde o lançamento de Tropa de elite 2 – O inimigo agora é outro (2010), Padilha mora em Los Angeles, nos Estados Unidos. O cineasta decidiu se mudar para o exterior após homens armados tentarem invadir sua produtora no Rio de Janeiro. Depois de RoboCop (2014), 7 Dias em Entebbe é o segundo longa dirigido pelo brasileiro, mas produzido fora do Brasil.

Sete dias em Entebbe foi selecionado para ser exibido na mostra principal, mas não concorre ao Urso de Ouro. A pré-estreia mundial acontece dia 19 de fevereiro, e como é uma coprodução anglo-americana, o filme de José Padilha não conta na lista de filmes brasileiros.

Impeachment de Dilma

No total, 12 produções e coproduções brasileiras participam do festival. O processo, uma parceria entre Brasil, Alemanha e Holanda, retrata o julgamento de Dilma Rousseff focando no trabalho da equipe de defesa para provar a inocência da ex-presidente. A cineasta Maria Augusta Ramos teve acesso exclusivo à equipe de defesa, deputados e senadores e à própria ex-presidente.

Além de O processo, outros três documentários brasileiros estão entre as 20 produções escolhidas para a Mostra Panorama Dokumente. Aeroporto Central (título original Central Airport THF), do cearense Karim Aïnouz, que retrata a vida dos refugiados nos hangares do Tempelhof, um aeroporto desativado em Berlim; Bixa Travesty, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla, que acompanha a vida da artista transgênero Linn da Quebrada; e Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi, que mostra o drama contemporâneo dos povos indígenas a partir da história de Perpera, um índio Paiter Suruí que viveu até os 20 anos num grupo isolado na floresta onde se tornou pajé.

Ainda na mostra Panorama, a segunda mais importante do festival, o drama Tinta Bruta, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, sobre um jovem que tenta sobreviver em meio a um processo criminal.

Documentário sobre aeroporto desativado em Berlim é dirigido pelo brasileiro Karim  Aïnouz
Documentário sobre aeroporto desativado em Berlim é dirigido pelo brasileiro Karim AïnouzFoto: Juan Sarmiento

Entre os 19 filmes que concorrem ao Urso de Ouro está o longa As herdeiras, uma coprodução Paraguai, Uruguai, Alemanha, Brasil, Noruega e França. O filme do paraguaio Marcelo Martinessi conta a história de duas irmãs sexagenárias que vivem de uma herança, mas têm que se adaptar a uma nova realidade quando o dinheiro está acabando.

Na Berlinale Shorts, seção dedicada aos curta-metragens, os representantes brasileiros são Alma Bandida, de Marco Antônio Pereira, Russa, de João Salaviza e Ricardo Alves, e Terremoto Santo, de Bárbara Wagner e Benjamin de Burca.

Na mostra Forum, o único representante nacional é o longa La Cama, uma coprodução de Argentina, Alemanha, Holanda e Brasil. E na Forum Expanded, uma extensão da mostra experimental Forum da Berlinale, os diretores Gabraz Sanna e Anne Santos apresentam o documentário Eu sou o Rio. O filme retrata a vida de Tantão, um músico e artista plástico icônico da cena underground carioca desde a década de 1980.

Para fechar a lista de brasileiros na Berlinale, o filme Unicórnio, de Eduardo Nunes. O longa será exibido na seção Generation 14plus, dedicada a filmes protagonizados por crianças e adolescentes e que este ano tem o cineasta brasileiro Felipe Bragança entre os jurados.

A 68ª edição da Berlinale é realizada entre os dias 15 e 25 de fevereiro.

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