1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

OMS diz que pandemia pode estar chegando ao fim na Europa

23 de janeiro de 2022

Variante ômicron do coronavírus pode levar pandemia a outra fase na região, com características mais endêmicas. No entanto, diretor da OMS para a Europa pede cautela e alerta para imprevisibilidade do vírus.

https://p.dw.com/p/45yuL
Duas mulheres sentadas em uma fonte. As duas usam máscaras. Uma delas segura uma sacola. Elas usam casacos de inverno.
Cerca de 60% dos europeus podem contrair a ômicron até março. Foto: Angelos Tzortzins/AFP

O diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, afirmou neste domingo (23/01) que a variante ômicron do coronavírus iniciou uma nova fase da pandemia de covid-19 no continente, que pode aproximá-lo de seu fim. 

"É plausível que a região esteja caminhando para uma espécie de final da pandemia", disse Kluge, acrescentando que a ômicron pode infectar 60% dos europeus até março.

No entanto, ele pediu cautela, alertando para a imprevisibilidade do vírus.

"Quando a onda da ômicron diminuir, haverá, por algumas semanas ou meses, imunidade geral, seja por causa da vacina ou porque as pessoas ficarão imunes devido às infecções. Além disso, haverá uma queda [de casos] por causa da sazonalidade", acrescentou Kluge.

A Europa enfrenta agora o inverno, quando as doenças respiratórias são mais facilmente transmitidas.

"Antecipamos que haverá um período de tranquilidade antes que a covid-19 possa voltar no final do ano, mas não necessariamente a pandemia voltando", explicou Kluge.

Otimismo também nos EUA

Também neste domingo, o principal conselheiro da Casa Branca no combate à pandemia, Anthony Fauci, expressou otimismo semelhante. À ABC News, ele disse que, com os casos de covid-19 caindo "bastante acentuadamente" em partes dos Estados Unidos, "as coisas parecem boas".

Ele advertiu contra o excesso de confiança, mas afirmou que, se a recente queda no número de casos em áreas como o nordeste dos EUA continuar, pode haver uma "reviravolta em todo o país".

O escritório regional da OMS para a África também disse na semana passada que os casos de covid caíram na região e as mortes estão diminuindo pela primeira vez desde o pico da quarta onda do coronavírus, dominada pela ômicron.

Doença endêmica

A variante, que estudos mostraram ser mais contagiosa que a delta, mas que geralmente leva a infecções menos graves entre as pessoas vacinadas, aumentou as esperanças de que a covid-19 esteja começando a mudar de uma pandemia para uma doença endêmica mais gerenciável, como a gripe sazonal.

No entanto, Kluge alertou que ainda é muito cedo para considerar a covid-19 endêmica.

"Fala-se muito sobre endemia, mas endêmica significa que é possível prever o que vai acontecer. Esse vírus nos surpreendeu mais de uma vez, então temos que ter muito cuidado", disse Kluge.

Ele ponderou que, com a ômicron se espalhando tão amplamente, outras variantes ainda podem surgir.

Na região da OMS Europa - que inclui 53 países, alguns deles localizados na Ásia Central - a ômicron foi responsável por 15% dos novos casos de covid-19 em 18 de janeiro, mais que o dobro da semana anterior, segundo dados da OMS.

Na União Europeia e no Espaço Econômico Europeu (EEE), a variante é agora a dominante.

Adaptação de vacinas

O comissário europeu para os Mercados Internos, Thierry Breton, cujo mandato inclui a produção de vacinas, disse neste domingo que será possível adaptar os imunizantes existentes a quaisquer novas variantes que possam surgir.

"Vamos conseguir resistir melhor, inclusive a novas variantes", afirmou à televisão francesa LCI. "Estaremos prontos para adaptar as vacinas, principalmente as de mRNA, caso seja necessário adaptá-las a variantes mais virulentas", acrescentou.

Kluge disse que, agora, na Europa, a prioridade é estabilizar a situação. Na região, os níveis de vacinação são discrepantes, variando de 25% a 95% dependendo do país, levando a diferentes graus de pressão nos hospitais e no sistema de saúde.

"Estabilizar significa que o sistema de saúde não está mais sobrecarregado devido à covid-19 e pode continuar com os serviços essenciais de saúde, que infelizmente foram realmente interrompidos, como tratamentos de câncer, doenças cardiovasculares e imunização de rotina".

Questionado se seriam necessárias quartas doses para acabar com a pandemia, Kluge foi cauteloso, dizendo apenas que "sabemos que a imunidade aumenta após cada dose da vacina".

le (afp, lusa, ots)