Papa canoniza João 23 e João Paulo 2°
27 de abril de 2014Diante de centenas de milhares de fiéis de todo o mundo, o papa Francisco declarou santos, neste domingo (27/04) na Praça de São Pedro, os falecidos papas João 23 (1881-1963) e João Paulo 2° (1920-2005).
"Declaramos e definimos santos João 23 e João Paulo 2° e os inscrevemos no catálogo dos santos e estabelecemos que dentro da Igreja eles sejam honrados como santos", disse o papa argentino, enquanto os sinos tocavam na cidade de Roma.
Mais de 90 delegações de Estados e organizações internacionais estavam presentes à cerimônia, incluindo chefes de Estado e monarcas, como o rei Juan Carlos, da Espanha, e o presidente do Zimbábue, Robert Mugab.
A dupla canonização ocorreu com a presença de dois papas, Francisco e seu antecessor, Bento 16 – um fato inédito em dois mil anos de história da Igreja. O papa emérito alemão concelebrou a missa de canonização, não do altar, mas junto aos cardeais.
Em seu sermão, o papa Francisco saudou o desejo de reforma de seus antecessores. Os dois teriam colaborado para "restaurar e atualizar a Igreja, segundo a sua fisionomia originária."
Relíquias papais
De acordo com o Vaticano, por volta de 800 mil pessoas presenciaram em Roma a canonização do polonês Karol Josef Wojityla e do reformador italiano Angelo Giuseppe Roncalli. A cerimônia foi prestigiada por 150 cardeais, cerca de mil bispos como também seis mil padres de todo o mundo.
Junto ao altar principal no átrio da Praça de São Pedro foram colocadas as relíquias dos papas proclamados santos. O relicário de prata do papa Karol Wojtyla foi levado a Francisco por Floribeth Mora Diaz, a mulher da Costa Rica cuja cura em 2011 foi considerada o segundo milagre que serviu para canonizar João Paulo 2°. A relíquia era uma ampola com o sangue do papa polonês.
Já a de João 23 era um pedaço de pele que foi removido do seu corpo, exumado em 2001, para a sua beatificação. O relicário do chamado "bom papa" foi entregue a Francisco pelos sobrinhos-netos de Roncalli.
CA/kna/epd/dpa/lusa