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Parceiro da CeBIT, Brasil vivencia expansão do mercado de TI

5 de março de 2012

Setor comemora incentivo fiscal do governo e prevê crescimento de 12% nos anos de 2011 e 2012. Brasil é país-parceiro da maior feira de informática do mundo.

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Foto: CeBIT 2012

A estreia do Brasil como país-parceiro da CeBIT, maior feira de tecnologia da informação e comunicação do mundo, acontece num momento de grande expansão do setor no país.

Números preliminares fornecidos pela Brasscom (Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação) à DW Brasil indicam que o setor cresce num ritmo três vezes superior ao do Produto Interno Bruto (PIB).

Espera-se que o crescimento em 2011 tenha sido de 12%, resultado que deve se repetir em 2012, afirma o presidente da Brasscom, Antonio Gil. Projeções do mercado e do governo indicam que o PIB brasileiro deve crescer entre 3% e 4% em 2011 e 2012.

Em valores, a Brasscom calcula que apenas o mercado de TI alcançou 96 bilhões de dólares em 2011. Já o mercado de comunicação, que engloba principalmente a telefonia móvel, foi de 95 bilhões de dólares. Os números ainda estão sendo verificados pela consultoria IDC Brasil.

Classes C e D

Gil afirma que o ritmo de crescimento deve manter-se estável nos próximos anos. "Hoje a tecnologia da informação representa cerca de 4% do PIB brasileiro, enquanto que em países mais avançados é por volta de 6%. Então há um potencial de crescimento que vai além do crescimento da própria economia."

Brasil está presente com cerca de cem expositores em Hannover
Brasil está presente com cerca de cem expositores em HannoverFoto: DW/A. Schossler

Pelos cálculos da Brasscom, o Brasil deverá alcançar o nível de 6% em 2020. Além desse mercado "represado", como afirma Gil, o setor é beneficiado pelo avanço das classes C e D, cada vez mais importantes na economia brasileira.

O setor de TI também comemora a aprovação de lei que desonera a folha de pagamento das empresas, cuja contribuição previdenciária passou a ser de 2,5% do faturamento e não mais 20% da folha de pagamentos. A medida é vista pela Brasscom como um grande incentivo às empresas de TI e deverá formalizar um setor altamente dependente de mão de obra, onde muitas pessoas trabalham sem carteira assinada.

Setores novos e tradicionais

Para os próximos anos, a Brasscom vê oportunidades de expansão em áreas nas quais o uso de TI ainda não é tão difundido, como saúde, educação e segurança. Outro grande impulso deve vir do setor bancário, tradicional consumidor de TI no Brasil, à medida que ele passar a atender às pessoas que "subirem" para as classes C e D.

Seguindo uma tendência mundial, o setor financeiro é o principal cliente de TI no Brasil, respondendo por cerca de 35% do mercado. A tradição brasileira de informatização dos bancos remonta aos tempos da hiperinflação, na década de 80.

Pavilhão do Brasil: Dilma e Merkel abrem feira em Hannover
Pavilhão do Brasil: Dilma e Merkel abrem feira em HannoverFoto: DW/A. Schossler

"Havia a necessidade de investir em TI porque o dinheiro não podia ficar parado um minuto", lembra Gil. Na época, os bancos investiram em redes de comunicação que cobrissem todo o território brasileiro.

Recentemente, o Brasil também tem se beneficiado da sua condição de maior mercado de TI da América Latina, atraindo principalmente empresas indianas de software e serviços. Segundo a associação de desenvolvedores de software Softsul, o Brasil representa cerca de 50% do mercado latino-americano de software e serviços, enquanto que o segundo colocado, o México, responde por 12%.

"Como âncora de mercado, o Brasil é alvo de empresas que atuam em mercados desaquecidos", afirma o diretor-presidente da Softsul, José Antonio Antonioni. Além disso, a diferença de fuso horário em relação aos principais centros consumidores dos Estados Unidos é de apenas duas ou três horas, uma vantagem na hora de prestar atendimento aos clientes.

"As principais empresas indianas de software e serviços optam pelo Brasil porque daqui elas podem atender o mercado brasileiro, o mercado latino-americano e ainda se aproximam do mercado norte-americano", diz Antonioni.

Presença recorde na CeBIT

Em Hannover, o Brasil vai apostar em áreas em que possui comprovada liderança, como a exploração de petróleo em águas profundas e a agropecuária, além do setor bancário. Ao todo serão cerca de cem expositores, número recorde para o país.

A presidente Dilma Rousseff confirmou presença na cerimônia de abertura, nesta segunda-feira (05/03). Ela será recebida pela chanceler federal alemã, Angela Merkel. A CeBIT começa oficialmente na terça-feira e segue até sábado em Hannover, na Alemanha.

Autor: Alexandre Schossler
Revisão: Carlos Albuquerque