1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Parcela de brasileiros que querem se vacinar cresce para 84%

21 de março de 2021

Aumento de cinco pontos percentuais em relação a janeiro ocorre enquanto o Brasil vive seu pior momento da pandemia de covid-19. Resistência à vacina é maior entre apoiadores de Bolsonaro, aponta pesquisa Datafolha.

https://p.dw.com/p/3qwCL
Centro de vacinação no Rio de Janeiro
O Datafolha apontou ainda que a intenção de tomar a vacina é maior entre as mulheresFoto: Fabio Teixeira/NurPhoto/picture alliance

O percentual de brasileiros que pretendem se vacinar contra a covid-19 voltou a aumentar, segundo apontou pesquisa do instituto Datafolha divulgada neste domingo (21/03). De acordo com o levantamento, 84% dos entrevistados disseram querer tomar a vacina.

Em pesquisa realizada em janeiro, esse índice era de 79%; e em dezembro, de 2020, de 73%. Mas o percentual atual ainda é menor que o registrado em agosto de 2020, quando 89% dos brasileiros tinham intenção de se vacinar.

O crescimento de cinco pontos percentuais em relação a janeiro é maior que a margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Ainda segundo o levantamento, 9% dos entrevistados responderam que não se vacinaram e não pretendem se vacinar (eram 17% em janeiro). Outros 5% já tomaram o imunizante (ante 0% na pesquisa anterior), e 2% não souberam responder (eram 4% em janeiro).

A pesquisa do início do ano havia mostrado que a resistência à vacinação era maior entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. No levamento deste domingo, a tendência se repetiu.

Entre os brasileiros que avaliam o governo Bolsonaro como ruim ou péssimo, 89% afirmaram que querem se vacinar (eram 88% em janeiro). Entre os que consideram o governo ótimo ou bom, o percentual cai para 76% (era de 68% na pesquisa anterior).

Há meses o presidente de extrema direita vem minimizando a pandemia e alimentando desconfiança infundada sobre os imunizantes, preferindo apostar em medidas ineficazes como o desacreditado "tratamento precoce" com hidroxicloroquina. Bolsonaro também repetiu várias vezes nos últimos meses sem nenhuma base científica que a pandemia estava chegando ao fim.

Gênero e nível de escolaridade

O Datafolha apontou ainda que a intenção de tomar a vacina é maior entre as mulheres: 86% das entrevistadas disseram querer se imunizar, enquanto 82% dos homens responderam o mesmo.

Os níveis de renda e escolaridade também tiveram influência sobre a resistência à vacina. Segundo a pesquisa, 84% das pessoas que recebem até dois salários mínimos pretendem se vacinar, enquanto 88% dos que ganham mais de dez salários querem tomar a vacina.

Já entre os brasileiros que têm somente o ensino fundamental, o percentual de intenção é de 81%, ante 86% entre os que concluíram um ensino superior.

Também cresceu o percentual de pessoas que acreditam que a vacinação deveria ser obrigatória: são 70% hoje, contra 55% em janeiro.

Segundo um consórcio da imprensa brasileira, formado por O Globo, Extra, G1, Folha de S. Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo, até este sábado, 11,7 milhões de pessoas haviam recebido ao menos a primeira dose da vacina contra a covid-19 no país, cerca de 7,3% da população.

Pior momento da pandemia

O aumento da intenção dos brasileiros de se vacinarem ocorre enquanto o Brasil vive seu pior momento da pandemia de coronavírus. Nesta semana, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) afirmou que o país passa pelo "maior colapso sanitário e hospitalar da história".

A média móvel de mortes ligadas à doença chegou a 2.234 neste sábado, batendo um novo recorde pelo 22º dia consecutivo. O sistema de saúde está em colapso, e hospitais enfrentam escassez de leitos e alertam para falta de medicamentos para intubação de pacientes.

Em dado revelado na última quinta-feira, a pesquisa Datafolha mostrou que 79% dos brasileiros acham que a pandemia está fora de controle no país. Em janeiro, 62% dos entrevistados achavam isso. Enquanto 33% consideravam no início do ano que a pandemia estava parcialmente controlada no Brasil, agora são 18%. Apenas 2% veem a situação como totalmente controlada.

O Datafolha ouviu 2.023 brasileiros adultos por telefone em todos os estados do país, nos dias 15 e 16 de março.

ek (ots)