Países da zona do euro têm dificuldade em conter orçamento
12 de julho de 2002O atraso na retomada do crescimento econômico é a principal causa para o não cumprimento da meta prevista para este ano , concluíram os ministros das Finanças da UE, reunidos na manhã desta sexta-feira (12/07), em Bruxelas.
O comissário da UE para questões monetárias, Pedro Solbes, constatou que o déficit é muito alto em alguns países. Para ele, importante é projetar o futuro. "É preciso tomar as medidas necessárias para que em 2003 ou 2004 os orçamentos alcancem um equiíbrio", frisou.
Portugal é um dos países mais problemáticos. O governo português, que em 2001 contraiu novos créditos no valor correspondente a quase 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, pretende apresentar até o final do mês os dados exatos do ano passado e uma reavaliação das dívidas previstas para 2002.
A Comissão Européia ameaçou abrir um processo, caso Portugal supere novamente seu déficit público, o que poderá resultar em sanções. O máximo permitido pelo pacto de estabilidade é 3% do PIB.
Portugal, contudo, não é o único a enfrentar dificuldades. A Itália, França e Alemanha também estão com déficits acima das metas traçadas. A França, cuja expectativa para este ano era de um déficit de 2,6% do PIB, ainda não apresentou nova previsão. Já o ministro italiano das Finanças, Giulio Tremonti, voltou a assegurar que o orçamento do país estará em melhor situação até o próximo ano.
Alemanha -
O governo alemão, por sua vez, estima que a meta orçamentária prevista para este ano será alcançada. "Nós estamos firmes no pacto de estabilidade e crescimento econômico", disse um porta-voz do Ministério alemão das Finanças, em Berlim. A Alemanha havia anunciado um déficit de 2,5% para 2002. No início do ano, Berlim e Lisboa escaparam de receber uma advertência de Bruxelas por conta de seus déficits. O governo alemão comprometeu-se, na ocasião, a equilibrar suas finanças até, no máximo, 2004.Elogio ao euroOs ministros voltaram a frisar a importância do pacto de estabilidade firmado em 1996, que visa a segurança do euro. No encontro em Bruxelas, juntamente com representantes do Banco Central Europeu (BCE), eles elogiaram a valorização do euro frente ao dólar, uma tendência que atende aos interesses dos 12 países membros.
"A retomada do crescimento econômico já é visível, embora tenha ocorrido com certo atraso", avaliou o grego Nikos Christodoulakis, novo presidente do grupo que reúne os países que adotaram o euro.