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PF apreende US$ 16 milhões de filho de ditador africano

16 de setembro de 2018

Dinheiro e joias são retidos pelas autoridades no aeroporto de Viracopos durante fiscalização da bagagem da comitiva do vice-presidente do país africano, governado pelo pai dele há 38 anos.

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Teodoro Obiang Nguema Mangue em foto de 2012
Teodorín já visitou o Brasil várias vezes. Na França, foi condenado por lavagem de dinheiroFoto: Getty Images/AFP/A. Senna

A Polícia Federal apreendeu mais de 16 milhões de dólares, em dinheiro e joias, da delegação que acompanhava o vice-presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema Obiang Mangue, no aeroporto de Viracopos nesta sexta-feira (14/09).

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Polícia Federal apreendeu quase 1,5 milhão de dólares em notas numa mala e cerca de 20 relógios de luxo em outra, avaliados em 15 milhões de dólares.

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A apreensão foi feita numa fiscalização de rotina. Segundo a lei brasileira, a entrada de dinheiro em espécie está limitada a R$ 10 mil por pessoa.

Nguema Obiang Mangue, conhecido como Teodorín, é filho de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, ditador que está no poder há 38 anos na Guiné Equatorial.

Teodorín integrava uma delegação de 11 pessoas que chegou a bordo de um avião privado ao aeroporto localizado em Campinas. Segundo a TV Globo, a delegação não estava em missão oficial, e por isso apenas Teodorín se beneficiou de imunidade diplomática.

A bagagem das demais pessoas da delegação foi revistada. O vice-presidente esperava num automóvel, do lado de fora do aeroporto, enquanto sua comitiva era interrogada.

Pessoas da comitiva disseram que Teodorín transportava essa quantidade de dinheiro para pagar um tratamento médico e custear a hospedagem num hotel de luxo e que os relógios são de uso pessoal do vice-presidente, tendo as suas iniciais gravadas.

Teodorín já visitou o Brasil várias vezes e assistiu ao desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro em 2015, quando a Guiné Equatorial foi homenageada pela Beija-Flor. A escola venceu a competição, mas foi duramente criticada por ter aceitado o patrocínio de uma ditadura.

Teodorín foi condenado na França, em outubro de 2017, a três anos de prisão, com pena suspensa, por lavagem de dinheiro e desvio de fundos públicos.

AS/lusa/afp

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